A explosão de um caminhão carregado de dinamite no sábado (8), às 15h25, no pátio de uma empresa em Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, foi registrado como tremor de terra por uma estação sismógrafica instalados na cidade de Canela (RS), a aproximadamente 490 km do local do acidente, de acordo com o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
Ao todo, dez estações registraram o tremor e, conforme o Centro de Sismologia da USP, o tremor de terra atingiu a magnitude de 2.8 na Escala Richter.
“Os sismógrafos têm uma capacidade muito grande de detectar pequenas vibrações”, explica o técnico do Centro de Sismologia da USP José Roberto Barbosa.
As estações que detectaram as primeiras ondas geradas pela explosão foram a de Fartura (SP), a aproximadamente 210 km do local do acidente, e a de Pitanga, na região central do Paraná, a aproximadamente 297 km da ocorrência.
“O sismógrafo registra partículas que foram liberadas na hora que ocorreu a explosão”, afirma José Roberto Barbosa, técnico do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
Porém, o fato de registro de tremores pelos equipamentos “não significa que as pessoas sentiram a explosão a 190 km”, ressalta Barbosa.
Moradores de Paranaguá, que fica a aproximadamente 70 km de Bocaiúva do Sul, em linha reta, e de Antonina, também no litoral do estado, relataram ao Centro de Sismologia da USP que sentiram tremores, minutos após a explosão do caminhão.
“A explosão gera vibrações que também se propagam pelo ar. Devido a um fenômeno atmosférico (variações de temperatura)”, dizem os sismógrafos da USP, por isso, moradores do litoral puderam sentir os tremores.
Barbosa explica que como a explosão foi na superfície, representa um pouco mais de estrago. “Se o epicentro de um tremor está a 100 km de profundidade, chega com menos força à superfície”, diz.
Além disso, o poder destrutivo em uma região habitada é maior. “Como a explosão aconteceu perda da cidade e havia casas por perto, o efeito é muito mais forte. Por isso que as ondas sonoras foram muito longe”, afirma Barbosa.
Rede sismográfica brasileira
O projeto da Rede Sismográfica Brasileira, da qual o Centro de Sismologia da USP faz parte, é composto por pelo menos 100 sismógrafos, dispostos em todo o território nacional.
De acordo com Barbosa, os aparelhos instalados no Brasil têm a capacidade de registrar terremotos ocorridos em outros países, tamanha a capacidade para detectar pequenas vibrações.