Caroline Stinghen / caroline.stinghen@horasc.com.br
Desempregado há cinco meses e sentindo na pele os efeitos da crise econômica, o paranaense Leandro Dessebessel, de 24 anos, tem andado de canto a canto de Floripa em busca de uma oportunidade. Morador da Capital há dois anos, já trabalhou no setor hoteleiro e em supermercado. Foi vítima do momento delicado que o país passa. Mas não perde a esperança. Assim como tantos outros manezinhos.
— A situação está bem difícil. Moro sozinho, mas tenho contas para pagar. Algumas pessoas me indicam alguns lugares para ir, dão sugestões de vagas e assim estou: indo atrás — comenta o jovem.
Na quinta-feira, dia 16 de junho, ele e outros moradores da Grande Florianópolis terão a oportunidade de cadastrar currículos e conhecer as vagas que estão disponíveis na região. O 5º Feirão de Empregos chega para aliviar os corações mais aflitos. O evento, realizado pelo Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (IGEOF) e prefeitura, vai oferecer 1,5 mil vagas – a maioria para área de serviços gerais, comércio e indústria.
Os organizadores esperam que 1,2 mil pessoas saiam de lá com uma garantia. Será na Avenida Paulo Fontes, em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen), das 9h às 17h.
3,8 mil empregos perdidos
O feirão, inclusive, vem em boa hora. No primeiro quadrimestre do ano, Floripa fechou 3.896 empregos. Desse total, grande parte ocorreu no comércio varejista (-1.762 vagas) e na área de alojamento e alimentação (-1.498). No mês de abril – os dados mais atualizados até agora – a Capital registrou o pior resultado no Estado. Foram 1.080 empregos perdidos, com destaque para a área de alojamento e alimentação, na qual o saldo negativo foi de 510 vagas, em comércio e administração de imóveis (-308) e comércio varejista (-277).
Para contrapor esta perda, as oportunidades desta semana serão ofertadas por mais de 20 empresas. Devem passar pelos stands no centro cerca de 100 mil pessoas, acredita o superintendente do IGEOF, Ronaldo Torquato. Na última edição do feirão, cerca de 60 mil compareceram. Com o agravamento da crise, portanto, o número deve aumentar.
Torquato lembra que, mesmo se a vaguinha não rolar desta vez, o currículo do trabalhador fica cadastrado no Balcão de Oportunidades Municipal (BOM), inaugurado em janeiro deste ano, e pode ser encaminhado para outra oportunidade de emprego que surgir.