O ano de 2016 começou sob os efeitos do fenômeno El Niño, que atua desde o início de 2015. O fenômeno foi classificado entre os três mais fortes das últimas três décadas. O El Niño deve perder força no decorrer do segundo trimestre (abril, maio e junho).
Durante o inverno, teremos um período de transição climática, indicando que neste ano o frio deve chegar mais cedo. Para o segundo semestre de 2016, os modelos climáticos apontam para o início de uma nova fase de águas frias sobre o Oceano Pacífico equatorial, com indicativo da provável configuração de um episódio de La Niña.
O último La Niña aconteceu entre 2010 e 2011. Para os que consideram difícil haver uma mudança tão rápida de um fenômeno para outro, lembramos que os El Niños de 1997/1998 e de 1982/1983, considerados tão fortes como o atual, foram substituídos por um La Niña no segundo semestre.
O clima sinaliza muitas variações em 2016. Para uns, as condições melhoram, enquanto para outros, pioram. O fato é que todos acabam sendo afetados por essas variações do clima de forma direta ou indireta.
O produtor rural, em especial, deve ficar ainda mais atento ao clima, pois as condições de desenvolvimento das lavouras do próximo ano devem ser diferentes das observadas nos últimos anos. Em 2016, cada estação do ano estará sob a influência de um fenômeno climático diferente.
Para os Estados do Sul do país, já se pode esperar algumas ondas de frio a partir de maio, o que aumenta o risco de geadas em junho. Essa condição representa um aumento do risco para as lavouras de milho de segunda safra (safrinha) do Paraná e de Mato Grosso do Sul.
As culturas de inverno serão beneficiadas com essa mudança do clima. Em vez de excesso de chuva e calor atípico como em 2015, no próximo inverno deve haver uma redução das chuvas, temperaturas mais baixas e ondas de frio, como é típico dessa estação. Por enquanto, não há previsão de frio extremo e inverno rigoroso.
Globo Rural