Os funcionários da Biguaçu Transportes decidiram, em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (10), manter a paralisação dos ônibus por tempo indeterminado, em protesto pela demissão de 160 colegas de trabalho na última segunda-feira (6). Conforme o sindicato que representa a categoria (Sintraturb), reunião na próxima semana decidirá os rumos da greve.
O Sintraturb aduz que o desligamento de 160 empregados de uma só vez pode ser o início de um processo demissionário de outras centenas de trabalhadores do segmento. Eles não aceitaram a proposta enviada pela empresa, de cortar direitos trabalhistas para recontratar os demitidos. “Os trabalhadores avaliam que esse pode ser o início de um processo que pode aumentar o número de demissões e levar ao fechamento de mais de mil e quinhentos postos de trabalho“, afirma o sindicato.
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O diretor-presidente da Biguaçu Transportes Coletivos Ltda., Léo Mauro Xavier Filho, publicou nota, no começo da tarde desta sexta-feira (10), pedindo que os funcionários aceitem ter menos direitos em troca de mais empregos. “Prefiro dar a oportunidade de ter o maior número de empregos possível com menos benefícios do que ter que tomar a difícil decisão de aumentar o desemprego frente toda a pandemia que estamos enfrentando. Gostaria de acreditar que a diretoria do sindicato pense da mesma forma“, diz Xavier Filho, em nota pública.
O Sintraturb emitiu comunicado afirmando que a empresa está aproveitando essa paralisação para tentar retirar direitos conquistados nas últimas duas décadas. “A Biguaçu se propõe a readmitir os demitidos, se aceitarmos voltar a trabalhar na escravidão que vivenciamos até 22 anos atrás, quando começamos a mudar nossa história“.
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Conforme o sindicato, a Biguaçu Transportes enviou proposta de readmissão dos 160 funcionários condicionando ao corte de direitos trabalhistas. Também quer a empresa que essa proposta prevaleça sobre acordos coletivos (aplicação do negociado sobre o legislado); aumento da jornada de trabalho; vale-alimentação em 50%; retirada do vale-alimentação nos períodos de férias ou licença-médica; fim das horas-extras para trabalhos em feriados, entre outros.