O governador Carlos Moisés (PSL) disse, há pouco, em entrevista coletiva sobre o atual cenário do coronavírus em Santa Catarina, que o chefe da Casa Civil, Douglas Borba (PSL), está mantido no cargo neste momento enquanto decorrem investigações sobre as eventuais irregularidades cometidas por ele, no processo de compra dos 200 respiradores a custo de R$ 33 milhões. “Cabe ao governador aguardar esses procedimentos para ver as medidas que deverão ser tomadas. Antes de apontar culpados temos que esperar as investigações“, comentou.
Douglas foi apontado pelo ex-secretário de Saúde Helton Zeferino e pela ex-superintendente de Gestão Administrativa Márcia Pauli como aquele que indicou a Veigamed, que recebeu R$ 33 milhões de forma antecipada para disponibilizar 200 respiradores mecânicos. Ambos também afirmaram que Douglas fez pressão na Secretaria para o rápido fechamento do contrato. O pagamento foi realizado no dia 2 de abril, mas até agora os aparelhos não foram entregues e ainda não há prazos claros para isso.
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“Eu não acompanhei as acusações, não sei se foi assim. O papel da Casa Civil é cobrar os outros secretários. O governo se comunica com os outros secretários através da Casa Civil, que é o elo. As compras, é natural que a Casa Civil fizesse as demandas com a velocidade necessária. Tudo o que tiver que ser levantado e investigado, o governo mostrará com transparência. Já temos investigações dentro do próprio governo e na polícia”, disse Moisés.
A Assembleia Legislativa aprovou, na tarde de hoje (6), um requerimento pedindo o afastamento de Douglas Borba do cargo, mas o governador disse que ainda não sabe o teor do documento. “Ainda não recebi e não tenho o conhecimento“.
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Helton e Márcia ainda acusaram Douglas de fazer pressão por um contrato de R$ 70 milhões com fornecedores suspeitos numa compra de EPI’s, que foi barrada pelos órgãos de controle do Estado. E, ainda, que Borba teria participação direta na articulação para contratação do hospital de campanha em Itajaí, por R$ 77 milhões. Zeferino afirmou também que o chefe da Casa Civil fez lobby por um pagamento de R$ 40 milhões a uma empresa que fazia a gestão do Samu, o que foi negado pelo então secretário de Saúde.
Helton foi espontaneamente ao Gaeco, na tarde de ontem (5), prestar novo depoimento sobre o caso dos R$ 33 milhões. Ele entregou seu telefone celular para ser periciado para obtenção de eventuais provas contra Douglas.