O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (14), em uma live do jornal Valor Econômico que o governo Bolsonaro propôs às siderúrgicas um congelamento do preço do aço, em troca de não reduzir as tarifas de importação do produto. A conversa em tom de chantagem se assemelha ao que o governo da China fez há dois meses, para tentar frear o preço do minério de ferro naquele país asiático governado pelo Partido Comunista. A fala de Guedes fez com que as ações da CSN caíssem 3,98%, e as da Usiminas 3,46% — as duas empresas lideraram as perdas no pregão.
O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse ao Valor Econômico que não houve acordo – nem formal nem informal – da entidade e das empresas do setor de não elevar preços do aço até fim do ano. “O ministro Paulo Guedes, alegando receio de pressão inflacionária e diante de reclamações vindas do setor da construção civil, propôs que não fossem feitos novos aumentos de preço, mas respondemos que, por questões de ‘compliance’ e de concorrência e políticas comerciais próprias não poderíamos firmar esse compromisso.”
Segundo Lopes, foi assegurado que o cenário de alta das commodities, razão dos reajustes no Brasil e no mundo, mostrava sinais de estabilização. Ele ainda ressaltou que a discussão sobre a redução de alíquotas de importação envolve todos os setores, não só o do aço, e que a iniciativa depende do aval dos sócios do Mercosul.
As informações são do Valor Econômico.