A arrecadação do Governo de Santa Catarina totalizou R$ 3,8 bilhões em agosto, valor que mantém a receita estadual numa curva crescente pelo sexto mês consecutivo, após percentuais negativos entre janeiro e fevereiro (veja abaixo). O desempenho representa aumento nominal de 12,4% na comparação com agosto de 2022. Já o ganho real foi de 8,1%, descontando a inflação acumulada de 3,99% (IPCA) no período. Trata-se do melhor resultado econômico do ano para SC.
A análise técnica da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) aponta que os números de agosto estão associados ao bom desempenho das grandes redes de varejo (alta nominal de 41,3%), supermercados (25%) e do setor de combustíveis (56,4%), que foi impulsionado pela recente implementação do chamado ICMS monofásico.
A nova sistemática instituiu o imposto único e uniforme em todo o País, com o valor fixo por litro em vez da cobrança em percentual. O total arrecadado junto aos setores de energia elétrica e telecomunicações, por outro lado, permanece impactado negativamente pela desoneração promovida com a Lei Complementar Federal 194/22.
Impostos
Em agosto, o Estado arrecadou cerca de R$ 3 bilhões em ICMS, o que representa ganho real de 11,8% na receita do imposto na comparação com agosto de 2022. No mês passado, SC recebeu 14,2% a menos em transferências tributárias da União relativas ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI Exportações). Considerando a inflação, a variação real negativa foi ainda mais significativa: -17,5%.
Balanço – Santa Catarina arrecadou R$ 30,2 bilhões nos primeiros oito meses de 2023. Considerando a inflação, houve aumento real de 2,6% no período. Este percentual ainda mantém as finanças públicas de SC sob alerta.
Nos primeiros oito meses de 2022, por exemplo, o Estado registrou 5,1% de crescimento real na receita comparada com o mesmo período de 2021. Já entre janeiro e agosto de 2021, houve alta real de 19,8% na arrecadação, desta vez na comparação com os primeiros oito meses de 2020.
Se fosse considerado o desempenho da receita com a postergação dos impostos nos primeiros oito meses impactados pela medida, haveria queda de 2,8% na arrecadação tributária deste ano. Entre janeiro e agosto, a receita com o ICMS somou R$ 23,5 bilhões. O valor representa ganho real de 1,4% na comparação com os oito primeiros meses de 2022 (a conta já desconsidera as postergações).
ARRECADAÇÃO EM 2023 (crescimento real, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês de 2022)
- Janeiro – 4,4%
- Fevereiro – 4,4%
- Março + 0,6%
- Abril + 1,2%
- Maio + 2,7%
- Junho + 4,98%
- Julho + 6,7%
- Agosto + 8,1%