A ampliação do suprimento de gás natural para Santa Catarina é pauta da agenda do governador Carlos Moisés nesta sexta-feira, 13, às 14h, na Petrobras no Rio de Janeiro. A crescente demanda do mercado, principalmente o industrial, contrasta com as limitações atuais de abastecimento pelo Gasoduto de Transporte Bolívia-Brasil (Gasbol). Atualmente, o gás natural atende 324 indústrias catarinenses, responsáveis por 50% do PIB industrial do Estado.
Outro ponto que será discutido é a recente perda de competitividade das tarifas em relação ao mercado de São Paulo, por exemplo, que compete especialmente com as indústrias do setor cerâmico. O gás natural comercializado pela Petrobras é mais barato para o setor paulista, o que pode enfraquecer o segmento em Santa Catarina.
“A ampliação da oferta de gás natural para atender à demanda da indústria catarinense é uma das prioridades da nossa gestão. Por isso, junto aos órgãos responsáveis e fiscalizadores, vamos viabilizar maneiras de aumentar o fornecimento do insumo para Santa Catarina. Assim, nossas indústrias terão um gás natural mais competitivo para continuar crescendo e poderemos distribuir o insumo para novas regiões do estado”, comenta o governador Carlos Moisés.
Dados da SCGás apontam que o Estado bateu recorde na comercialização de gás natural no último mês, com 70 milhões de metros cúbicos. As 324 indústrias consumiram 1,9 milhões de metros cúbicos por dia. O setor industrial responde por 80% do consumo.
Acompanham o governador nessa agenda o presidente da SCGÁS, Willian Anderson Lehmkuhl; o secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon; o chefe de gabinete do governador, coronel Márcio Ferreira; o diretor-presidente da Celesc (acionista majoritária da SCGÁS), Cleicio Poleto Martins, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar Aguiar.
Suprimento de gás natural em Santa Catarina
O contrato atual de suprimento com a Petrobras prevê a aquisição de 2,08 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, com possibilidade de distribuição de mais 5% da quantidade contratada. O Gasbol, que abastece o Estado, atingiu seu limite de capacidade na zona SC2, que abrange os pontos de entrega de Biguaçu até Nova Veneza. Essa limitação ocorre devido à diminuição do diâmetro e porque a região consome grandes volumes de gás natural, puxado principalmente pelas indústrias do segmento cerâmico.
“Trabalhamos pela ampliação do suprimento em Santa Catarina há mais de 10 anos. Essa parceria com o governo de Carlos Moisés nos ajuda no diálogo com os órgãos responsáveis e podemos trabalhar para ampliar a capacidade da oferta, já que iremos conectar 122 novas indústrias até 2025. Investimentos da Petrobras para aumentar a capacidade do gasoduto irão ao encontro com os planos de expansão da SCGÁS e do mercado industrial catarinense”, conclui o presidente da SCGÁS, Willian Anderson Lehmkuhl.
Até 2025, a SCGÁS projeta investir mais de R$ 457 milhões para construir 507 novos quilômetros de rede. Para não afetar o abastecimento do mercado, em especial do Sul catarinense, a SCGÁS finalizou recentemente processo de Chamada Pública e contratou suprimento adicional de GNL (Gás Natural Liquefeito) vindo da Argentina. A distribuidora catarinense também participa de Chamada Pública Coordenada junto com outras quatro distribuidoras do centro-sul do país.