Agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e da Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina cumpriram mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal contra o comércio ilegal da toxina conhecida como “vacina do sapo”. As ordens judiciais foram executadas no último sábado (9), em Concórdia – no Oeste catarinense. Em maio de 2019, um investigado pela mesma prática já havia sido multado pelo Ibama em Florianópolis.
Produzida naturalmente por rãs kambô (Phyllomedusa bicolor), a substância tem efeitos alucinógenos e pode causar a morte do usuário. Povos originários da Amazônia, como os Katukinas e os Huni Kuin, usam a toxina kambô em práticas ancestrais, mas a aplicação por não indígenas representa um sério risco à saúde. O comércio ilegal também ameaça a sobrevivência da espécie, que se tornou visada por traficantes de fauna silvestre.
O principal alvo da investigação que resultou na Operação Kambô II é um cidadão de Cruzeiro do Sul (AC) acusado de ofertar, obter, transportar, comercializar e tentar aplicar a substância. Essas condutas são proibidas pela legislação ambiental e puníveis com multa e apreensão. Por esse motivo, o investigado teve suas atividades impedidas pelo Ibama. Com ele também foram encontrados objetos feitos com partes de animais silvestres, como ossos, dentes, penas e couro.
A ação em Concórdia é resultado de investigações do Ibama em diversas frentes: nas áreas de captura dos animais, a partir de anúncios veiculados na internet e em locais onde ocorre a aplicação da toxina.
Nas próximas etapas, a Operação Kambô II terá como alvo não indígenas que comercializam a vacina do sapo em outras cidades brasileiras e no exterior.