A inflação percebida pelos consumidores de Florianópolis foi de 0,88% em agosto, acelerando em relação ao índice do mês anterior – que havia ficado em 0,51%. A alta em agosto foi puxada principalmente pelos itens ligados à alimentação e transporte (como combustíveis e passagens aéreas), além da energia elétrica, com o quarto aumento mensal consecutivo.
Pela primeira vez em cinco anos, a inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassou a marca dos 9%. A última vez que isso aconteceu foi em agosto de 2016 (9,14%), com praticamente o mesmo número registrado agora (9,13%). Só em 2021, os aumentos do custo de vida já somam 6,24% desde janeiro.
Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).
Alimentação
Os alimentos, que correspondem a mais de um quinto do orçamento das famílias, tiveram um aumento médio de 0,87%, o maior do ano para este grupo. A alta foi maior no preço das refeições feitas fora de casa, que subiram 1,29%. Nesse caso, pesaram os aumentos do café da manhã (6,67%) e do frango assado (6,14%).
Já os produtos comprados em feiras e supermercados para consumo em casa também subiram, mas um pouco menos (0,61%). Os principais aumentos foram os do café em pó (10,31%), batata inglesa (10,20%), peito de frango (9,65%), abacaxi (4,25%), azeite de oliva (3,41%) e óleo de soja (3,21%).
Ainda assim, houve algumas quedas de preço dos alimentos em agosto. É o caso da costela suína (-7,76%), linguiça de porco (-3,87%), manteiga (-3,73%), bisteca suína (-3,05%), cebola de cabeça (-2,92%), leite em pó (-2,69%), feijão (-2,59%), macarrão (-2,23%), farinha de trigo (-1,83%) e arroz (-1,72%).
Transportes e energia
Os preços dos produtos e serviços ligados aos transportes, que pesam praticamente tanto quanto a alimentação no orçamento das famílias, foram os que tiveram o maior aumento entre os grupos pesquisados (3%). Pesaram os aumentos nas tarifas de transporte público (5,8%), nas passagens aéreas (13%) e novamente nos combustíveis para automóveis (4,1%).
As Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) fizeram em agosto o reajuste anual das tarifas de energia elétrica. O impacto final para o consumidor foi de 4,37%. Esse aumento total calculado pelo ICV é um pouco menor que o reajuste anunciado pela Celesc (5,18%), porque ele não incidiu sobre o adicional da bandeira tarifária, que se manteve no valor de julho.
Este é o quarto aumento mensal consecutivo nos preços da energia elétrica. A tarifa subiu em maio (5,4%), junho (3,8%) e julho (5,7%), como reflexo da elevação do custo da bandeira tarifária, adicional cobrado quando há escassez de energia gerada por hidrelétricas e o sistema tem que recorrer às usinas térmicas, mais caras. Desde abril, a energia já subiu 20,74%.
Outros preços
Além da alimentação e dos transportes, o ICV registrou aumento nos grupos de preços ligados à habitação (0,73%) – puxado pela alta da energia elétrica –, artigos de residência (0,45%), saúde e cuidados pessoais (0,91%), despesas pessoais (0,19%) e educação (0,43%). Houve queda nos preços dos serviços de comunicação (-2,52%) e itens de vestuário (-1,08%)
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 31 de agosto.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag. (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.