Empreendimento elétrico realizado em Biguaçu é inédito no país e considerado um marco para o setor. Trata-se da Interligação Elétrica Biguaçu, em Santa Catarina. Energizada pela Isa Cteep em 2022, ela é a única a contemplar linhas de transmissão com trechos aéreo, submarino e subterrâneo.
São 57 km de linhas de transmissão e de uma nova Subestação, em Ratones, além da ampliação da Subestação Biguaçu.
O projeto foi arrematado pela Isa no lote 01 do leilão de transmissão realizado em junho de 2018 e teve investimento de mais de R$ 440 milhões. Segundo a companhia, o empreendimento irá trazer para a companhia um adicional de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 49,7 milhões no ciclo 2022-2023.
OBJETIVO
O objetivo principal da obra visa fornecer maior segurança e confiabilidade ao fornecimento de energia na região metropolitana de Florianópolis, mitigando o risco de novo apagão no local, a exemplo do ocorrido em 2003 e que durou 55 horas consecutivas. “A instalação de duas novas conexões de energia na ilha de Florianópolis era reivindicado há muito tempo pelo município, principalmente após o apagão de 2003 que gerou enormes prejuízos para toda a população local.
Esse evento mostrou a fragilidade energética da ilha, que aliada ao crescimento da cidade, gerou uma demanda forte de novos pontos de conexão. Era um projeto altamente complexo e único para o País, uma vez que envolvia a construção de 22 km de linhas de transmissão aéreas, 26 km de linhas de transmissão submarinas e 8 km de linhas de transmissão subterrâneas.
Trata-se do primeiro projeto brasileiro com três sistemas distintos de transmissão em um único em preendimento e a maior linha de transmissão submarina do País”, lembrou Ferdinand Freitas do Vale, gerente de Novos Empreendimentos da Isa Cteep e que liderou o projeto.
As novas instalações proporcionaram o aumento da oferta de energia para toda a região, contribuindo para o desenvolvimento do Estado, além de atrair novos empreendimentos para Santa Catarina, que agora suporta o aumento de cargas decorrente das atividades econômicas na região. Além disso, a cidade passa a seguir o critério de contingência das capitais do Brasil, que devem ser abastecidas por dois ou mais sistemas de transmissão. Até então, Florianópolis tinha apenas um sistema interligado à rede básica.
A reportagem é da revista O Empreiteiro.