O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de São José, Rafael Brüning, negou pedido de prisão preventiva de Marcos de Miranda, que fora formulado pela Polícia Civil, em inquérito que investiga quem era o dono dos 42 quilos de maconha localizados em uma casa em São José – imóvel de propriedade do prefeito de Governador Celso Ramos, Juliano Duarte Campos (PSD). “Antes de analisar a representação formulada pela Autoridade Policial, tenho que, por prudência, devem ser primeiramente realizadas as diligências formuladas pelo Ministério Público e pela própria Autoridade Policial”, ponderou o magistrado, no despacho.
A decisão é datada de 27 de março e fora encaminhada no dia 2 de abril para ciência do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Este havia manifestado-se contra a prisão do suspeito antes de novas diligências e da análise das imagens das câmeras de vigilância da residência – fornecidas pelo proprietário. O magistrado autorizou a perícia no HD entregue por Juliano Duarte ao delegado que investiga o caso.
“Logo, cabe ao Estado salvaguardar o interesse maior da sociedade, desde que, é claro, presentes circunstâncias que justifiquem a medida, como ocorre in casu, eis que os dados constantes do HD, desde que atinentes à suposta prática criminosa, são importante instrumento para a busca da verdade real”, explicou Brüning, em seu despacho.
A droga foi localizada na noite do dia 31 de dezembro de 2017, por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em um Fiat Uno estacionado na garagem da casa de Juliano, localizada na rua Constâncio Krummel, nº 2530, em São José. O prefeito de Governador Celso Ramos comprara este imóvel em meados do ano passado.
A maconha foi encontrada após um menor de idade ser apreendido em Itajaí, na tarde daquele dia, em posse de cerca de 10 quilos do entorpecente. Ele apontou aos policiais que pegou a maconha em uma casa em São José. Com os detalhes repassados pelo adolescente – como o bairro, a rua e as características do imóvel – o Bope chegou até a casa de Juliano. Contactado por telefone, o prefeito dissera que era Marcos de Miranda quem estaria com a chave e que o encaminharia até lá para abrir o portão. Porém, o suspeito não compareceu e o pai dele, Januário José de Miranda – que até aquela data era o secretário de Segurança Pública de Governador Celso Ramos – abriu a casa para a PM, que localizou a maconha dento do carro.
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