Retaliação I
O prefeito de Governador Celso Ramos, Juliano Duarte (PSD), revogou uma lei de 2005 que instituía uma ajuda de custo de R$ 0,20 por habitante para custear o Samu de Biguaçu – que atende aos três municípios da Comarca. O repasse de cerca de R$ 3.200,00 nunca foi pago pela prefeitura gancheira. A dívida no somatório dos dez anos até agora ultrapassa R$ 330 mil. Nos bastidores informações dão conta que Duarte revogou a lei que previa o repasse como forma de “retaliação” ao município biguaçuense, que entrou na Justiça cobrando o dinheiro que entende ser de direito.
Retaliação II
A “vingança” de Juliano pode custar caro. Mas não para ele, e sim para a Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS), da qual ele é o presidente do Conselho Executivo. É que o prefeito de Biguaçu, Ramon Wollinger (PSD), já estuda retirar seu município da associação e passar a economizar R$ 23 mil por mês de mensalidade. Aliás, é muito justo. Assim como Governador Celso Ramos economiza R$ 38 mil por ano sem pagar o Samu de Biguaçu, este poderá economizar R$ 276 mil/ano se deixar de pagar a GRANFPOLIS.
Custo do Samu
Juliano aduz que não precisa pagar o Samu de Biguaçu, pois este recebe do governo federal para isso. É uma “meia-verdade”. O Fundo Municipal de Saúde de Biguaçu recebe do Ministério da Saúde bem menos do que precisa para manter o serviço funcionando. Em 2015, por exemplo, recebeu R$ 342 mil e gastou R$ 485 mil. Um prejuízo de R$ 143 mil. Em 2016, a previsão de gasto era de R$ 600 mil, mas o governo repassou apenas R$ 263 mil. Ou seja, faltou dinheiro. Esses números mostram o quanto é importante a ajuda de custo. Mas Juliano prefere não pagar R$ 3.200,00 por mês. Porém, mesmo assim, os moradores de Governador Celso Ramos podem ficar tranquilos, pois Biguaçu continuará suportando todos os custos para manter o serviço ativo e atendendo também os moradores de lá.