O advogado Leandro Adriano de Barros afirma que não recebeu R$ 30 mil do empresário Fábio Dambrósio Guasti, como afirma a força-tarefa que investiga a compra de 200 respiradores por parte do Governo do Estado com pagamento antecipado de R$ 33 milhões. Ele está preso preventivamente por ordem judicial a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) – que atesta ter encontrado indícios de que Barros teve participação no processo. Uma das provas acostadas aos autos pelo MPSC está um e-mail da esposa de Guasti afirmando que já havia transferido o dinheiro para uma conta de Leandro a título de “comissão”.
Na noite desta terça-feira (9), a defesa de Leandro Barros entrou em contato com o Biguá News afirmando que ele nada recebeu por falar em nome da Veigamed junto a servidores da Secretaria de Saúde. Como prova disso, enviou cópia do extrato bancário de Leandro Adriano de Barros no Sicoob, de número 27913-7, referente ao mês de abril de 2020 (veja o extrato abaixo) em que não consta a referida transferência citada pelo MPSC.
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“Para tanto, comprova-se que referido pagamento jamais ocorreu, primeiro porque Leandro não possui nenhum envolvimento espúrio na compra dos respiradores; segundo porque o extrato bancário da conta corrente cabalmente demonstra que os ditos R$ 30.000,00 nunca foram percebidos pelo peticionante“, aduz a defesa.
A conta bancária do extrato é a mesma citada no e-mail da esposa de Fábio Guasti e que serviu de prova para o MPSC embasar o pedido de prisão de Leandro, conforme as imagens abaixo:
Extrato bancário:
A defesa de Leandro Barros afirma que, no mês de abril, ele recebeu R$ 8 mil de uma das empresas de Fábio Guasti, a Meu Vale, “referentes aos honorários de advogado oriundos da assessoria jurídica que Leandro prestou, auxiliando referida empresa na contratação do projeto de teleatendimento à Covid-19 junto à Prefeitura do Município de São José/SC“.
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Na fundamentação do pedido de prisão de Leandro e outros cinco envolvidos no caso – entre eles o ex-chefe da Casa Civil Douglas Borba – o MPSC assegura que Leandro Barros demonstrou interesse na manutenção do contrato entre a Veigamed e a Secretaria de Estado de Saúde, ao conversar com a então superintendente de Gestão Administrativa Márcia Regina Pauli, com o intuito de acalmá-la e dizendo que conhecia os fornecedores. Para o MPSC, com tal conduta, Leandro tratou de impedir qualquer medida estatal para eventual rescisão do contrato naquele momento.
Leandro Barros e Douglas Borba estão presos na carceragem do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) desde a manhã de sábado (6), quando foi deflagrada a segunda fase da Operação Oxigênio. O Deic estuda enviá-los ao complexo penitenciário da Agronômica, em Florianópolis, mas o Departamento de Sistema Prisional ainda não confirmou para qual prisão serão levados.