O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, solicitou afastamento do cargo entre os dias 15 a 19 de julho, para “tratar de assuntos particulares”. A licença foi autorizada por despacho presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (8).
Moro está sofrendo desgaste após publicações do site The Intercept, Revista Veja e Folha de São Paulo revelarem que ele atuara como verdadeiro chefe da Força Tarefa da Lava Jato e não apenas como o julgador das ações penais da 13ª Vara Federal, em Curitiba.
Na Folha de São Paulo deste domingo, reportagem de capa aponta que Moro e os procuradores da Lava Jato atuaram para expor delação que estava sob sigilo, sobre financiamento de campanhas eleitorais na Venezuela.
Na edição da Veja deste fim de semana, a capa traz Sérgio Moro pesando a balança – símbolo da Justiça – a favor de um dos lados, com o título “Justiça com as próprias mãos” e a menção de que “novos diálogos revelam que Moro orientava ilegalmente ações da Lava Jato”.
Moro tem negado que cometeu alguma irregularidade, alegando, quando questionado, que “não reconhece as mensagens como autênticas” e que tais mensagens teriam sido obtidas de “forma criminosa através de invasão de celulares”.
O site The Intercept, que iniciou uma série de reportagens expondo conversas do aplicativo Telegram entre Moro e procuradores da Lava Jato, diz que não fala qual fonte entregou o conteúdo para análise, impossibilitando, assim, saber se as mensagens foram “hackeadas” de celulares ou se alguém teve acesso aos dados abertos na tela de algum computador (isso é possível se o usuário esquecer a versão do Telegram para Desktop aberta no monitor de um computador).
O Ministério da Justiça e Segurança Pública explicou, por meio de sua assessoria, que o afastamento de Moro se trata de uma licença não remunerada prevista em lei. “Por ter começado a trabalhar em janeiro, o ministro não tem ainda direito a gozar férias. Então está tirando uma licença não remunerada, com base na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”, informou a assessoria do ministério.