Francielly Azevedo /Paraná Portal – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, cancelou nesta quarta-feira (19) a participação em um evento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que acontece no próximo dia 28. Conforme a entidade, Moro justificou que não teria agenda para a data. Moro seria entrevistado no painel “Segurança Pública e Direitos Humanos no 14º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O será no campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
A entrevista seria realizada em um auditório com capacidade para 410 pessoas. A plateia poderia fazer perguntas a Moro, mediadas pela equipe da Abraji.
Nesta semana, o vice-presidente Hamilton Mourão, que seria entrevistado no dia 27, cancelou sua participação no evento.
VAZAMENTO DE MENSAGENS
Sergio Moro enfrenta desgastes após o vazamento de mensagens trocadas com procuradores da Operação Lava Jato.O conteúdo tem sido revelado por uma série de reportagens do portal The Intercept Brasil. Nesta quarta-feira (19), o ministro prestou esclarecimentos na Comissão de Constituição e Justiça do Senado por quase 9h.
Moro entrou no plenário às 9h12. A audiência pública no Senado Federal foi encerrada pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS), às 17h49.
ABRAJI CRITICA MORO
O cancelamento de Moro ao evento da Abraji aconteceu horas depois da Associação divulgar uma nota em defesa liberdade de imprensa e em repúdio a ataques sofridos pelo jornalista Glenn Greenwald, por familiares dele e pela equipe do The Intercept Brasil.
O texto também fazia críticas ao ministro por ter se referido ao veículo como “site aliado a hackers criminosos”. “Trata-se de uma manifestação preocupante de um ministro que já deu diversas declarações públicas de respeito ao papel da imprensa e à liberdade de expressão”, diz a nota.
A Abraji também afirmou que Moro “erra ao insinuar que um veículo é cúmplice de crime ao divulgar informações de interesse público”.
“O Intercept alega que recebeu de uma fonte anônima mensagens privadas de Moro e de procuradores da Lava Jato. Jornalistas e veículos não são responsáveis pela forma como a fonte obtém as informações”, ressaltou a Abraji.