O governador Raimundo Colombo (PSD) teria recebido R$ 2 milhões da Odebrecht via “caixa 2”, na campanha de 2010, segundo delação dos ex-executivos da empresa Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Paulo Roberto Welzel. Consta dos depoimentos que a negociação teria sido feita por Ênio Branco e os valores entregues a José Carlos Oneda.
De acordo com os delatores, a doação de campanha “de forma não contabilizada” teria sido efetuada para, “em caso de vitória eleitoral”, ocorresse “o favorecimento do Grupo Odebrecht na área de saneamento básico” em Santa Catarina. A companhia liderada por Marcelo Odebrecht tinha interesse na Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
O governador nega as acusações das delações. “Conforme foi informado desde a primeira vez, a empresa Odebrecht não tem nenhum contrato, obra ou projeto com o Governo do Estado de Santa Catarina, não tendo sequer participado de licitações desde o início da atual administração em janeiro de 2011. O Governo do Estado aguarda a abertura do sigilo das informações para prestar todos os esclarecimentos cabíveis.”
STJ autoriza inquérito para investigar Colombo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou que as citações contra Raimundo Colombo e mais oito governadores sejam remetidas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), tribunal responsável por julgar governadores. Fachin atendeu ao pedido de desmembramento feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fachi autorizou a abertura de inquérito de três governadores no STF – Alagoas, Acre e Rio Grande do Norte – pois os três são citados em ações envolvendo pessoas com foro no Supremo.
Raimundo Colombo aparece em lista da Lava Jato
A decisão do ministro Fachin foi assinada no dia 4 abril e estava prevista para ser divulgada após o feriado de Páscoa. No entanto, a divulgação foi antecipada depois da publicação de informações pelo jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso à integra das decisões.
Veja os nomes dos 9 governadores citados:
1 – Paulo Hartung (Espírito Santo)
2 – Geraldo Alckmin (São Paulo)
3 – Fernando Pimentel (Minas Gerais)
4- Flávio Dino (Maranhão)
5 – Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro)
6 – Raimundo Colombo (Santa Catarina)
7 – Marcelo Miranda (Tocantins)
8 – Beto Richa (Paraná)
9 – Marconi Perillo (Goiás)