Após um fim de semana de protestos contra as medidas migratórias adotadas pelo presidente Donald Trump, países, entidades e organismos internacionais criticaram o veto à entrada, nos Estados Unidos, de refugiados de países muçulmanos na África e no Oriente Médio.
As Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA) condenaram a decisão de Trump. Além disso, alguns países já estudam adotar restrições para cidadãos norte-americanos.
A presidente da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, disse hoje (30) que o mesmo país que tornou “escravos muitos africanos” decidiu agora proibir a entrada de refugiados provenientes do continente.
Durante uma reunião do organismo, Dlamini-Zuma disse que a decisão norte-americana é um dos “maiores desafios à unidade e à solidariedade”.
No sábado (28) a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) enviaram uma declaração conjunta pedindo que Donald Trump acolha os refugiados.
Reciprocidade e repercussão
Depois de os Estados Unidos adotarem medidas restritivas para entrada de cidadãos de sete países (Síria, Líbia, Sudão, Irão, Somália, Iêmen e Iraque), os governos locais estudam como reagir à decisão norte-americana.
O parlamento iraquiano pediu ao governo que adote o princípio da reciprocidade. Dessa forma, os deputados pediram ao governo que proíba a entrada de norte-americanos no país.
Apoio a Trump
O presidente Trump respondeu às críticas e manifestações ocorridas no fim de semana alegando que a restrição não foi direcionada aos muçulmanos, mas aos sete países classificados como origem de terroristas na administração de Barack Obama.
Em nota, ele garantiu que os vistos voltarão a ser liberados em 90 dias, mas que a suspensão é necessária para a revisão da política migratória.
Trump escreveu vários posts no Twitter defendendo as medidas como necessárias para “fazer a América segura novamente”.
Apesar dos protestos em aeroportos e em vários centros urbanos, milhares de norte-americanos apoiam as medidas de Trump, sobretudo nos estados do centro-sul do país, como a Georgia, e a Flórida.
Outra medida polêmica em estudo é a publicação de uma lista semanal com os nomes de imigrantes que cometerem crimes no país.