G1 – Os parentes da família de brasileiros encontrada morta, no Chile reconheceram nesta quarta-feira (29) as vítimas no Instituto Médico Legal (IML) de Santiago. Os corpos devem em seguida ir para a funerária. Até as 13h30 não havia previsão da data exata do translado dos restos mortais para o Brasil. A suspeita é que as mortes tenham sido causadas após inalação de monóxido de carbono.
As seis vítimas foram encontradas mortas em um apartamento no Centro da capital chilena no dia 22 de maio. Eram dois casais e os dois filhos adolescentes de um deles. Cinco são de Biguaçu, na Grande Florianópolis, e uma mulher é de Mato Grosso.
Pela manhã, às 8h30, quatro familiares das vítimas e o advogado da família, Mirivaldo Campos, chegaram no IML municipal acompanhados de um representante do consulado brasileiro e um funcionário da funerária. O local funcionava oficialmente a partir das 9h, mas houve um esquema especial para poder fazer o reconhecimento.
Os familiares chegaram na noite de segunda-feira (27) a Santiago e estão acompanhados de representantes do Consulado-Geral do Brasil em Santiago. De acordo com o advogado, ele e mais dois parentes da família catarinense, bem como dois parentes da mato-grossense Adriane Kruger, foram para a capital chilena.
O transporte dos corpos será pago pela empresa Airbnb, que alugou o apartamento para a família e que também presta assistência aos responsáveis por oferecer o local — a identidade do locador não foi revelada. A família havia informado que pretende fazer velório coletivo em Biguaçu.
Trâmites burocráticos
De acordo com o diretor do IML local, Jorge Lopez, o trâmite para liberação dos corpos passa pelo reconhecimento oficial, depois a entrega pessoalmente por parte da família da documentação ao Ministério da Saúde do Chile e só depois os documentos são encaminhados novamente ao Instituto Médico Legal para iniciar a preparação dos corpos por parte da funerária.
Investigação
O chefe da Superintendência de Eletricidade e Combustível do Chile e o comandante do Corpo de Bombeiros de Santiago disseram que só o resultado pericial vai revelar as causas das mortes. No entanto, a hipótese mais provável é de vazamento de monóxido de carbono no aquecedor de água, que estava ligado à rede de gás.
A polícia chilena apura se houve negligência no atendimento à família brasileira. Na sexta-feira (24), os Carabineiros do Chile, que equivalem à Polícia Militar, admitiram que houve demora para socorrer as vítimas e abriram uma investigação interna para apurar se houve negligência de um subtenente.
Todas as informações da investigação dos Carabineiros serão disponibilizadas para o Ministério Público chileno.
O apartamento alugado pela família estava sem vistoria há 15 anos, segundo reportagem da NSC TV. Conforme os moradores, a construção tem mais de 50 anos. O encanamento de gás natural foi feito anos atrás, mas o espaço locado pelos brasileiros não recebeu essa estrutura.