A prisão do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, na manhã desta quinta-feira (21), realizada por agentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro, teve perseguição com um táxi ao automóvel Volvo que ele estava.
Moreira chegava de um voo procedente de Brasília. Parecia cena de filme de ação. Os policiais aguardavam Franco sair pela porta frontal do saguão do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), mas ele acabou entrando em um SUV Volvo em outro local do aeroporto. Como a viatura da PF estava distante dali, um agente imediatamente entrou num táxi e deu a ordem: “Siga aquele carro”, disse o policial ao taxista.
Mas o Volvo já havia pegado a avenida e o táxi começou a ficar para trás devido ao trânsito. Então o agente da PF deu ordem ao taxista para que adentrasse à canaleta do BRT para ganhar tempo e alcançar o veículo do ex-ministro.
Após o táxi ultrapassar o Volvo, a abordagem foi feita e Moreira Franco recebeu a informação de que estava sendo preso. Nisso chegou a viatura da PF com os outros policiais. De lá, ele foi levado para a delegacia no próprio aeroporto.
As prisões de Michel Temer e Moreira Franco, ambos do MDB, foram determinadas pelo juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pelas ações de desdobramento da Operação Lava Jato.
A Operação Descontaminação investiga desvios na Eletronuclear. Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 24 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e Distrito Federal.
De acordo com nota da PF, “a investigação decorre de elementos colhidos nas Operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, deflagradas anteriormente e, notadamente, em razão de colaboração premiada firmada pela Polícia Federal.
Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Temer assumiu a Presidência da República em maio de 2016, depois do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ao longo de sua trajetória política, Temer foi presidente da Câmara dos Deputados, secretário da Segurança Pública e procurador-geral do estado de São Paulo.
Defesa
Em nota à imprensa, o escritório Moraes Pitombo Advogados, que representa Moreira Franco, manifesta “inconformidade com o decreto de prisão cautelar”. Para os advogados, a medida não é necessária, pois ele “encontra-se em lugar sabido, manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quando necessário”.
A defesa diz que a ordem de prisão “causa estranheza” por ser de um juiz “cuja competência não se encontra ainda firmada, em procedimento desconhecido até aqui”.
*Com informações da TV Band e da PF