À espera da Procuradoria-Geral da República, os principais aliados de Michel Temer afirmam, nos bastidores, que o governo não pode abrir duas frentes na Câmara em busca de votos – no caso, para a rejeição da provável denúncia e, ao mesmo tempo, para a reforma da Previdência.
Para os auxiliares do presidente, Temer irá priorizar, agora em julho, os votos para derrubar a denúncia, que servirá de termômetro para a reforma da Previdência.
Os deputados aguardam o teor da denúncia para saber se o governo terá “oxigênio”, fôlego para conseguir votos para duas pautas polêmicas no próximo semestre, principalmente a um ano da eleição, em que vão buscar renovar seus mandatos.
Segundo um interlocutor de Temer, se o governo exigir um sacrifício dos parlamentares, a depender da gravidade da denúncia na avaliação deles, e tiver uma votação apertada contra a peça de Janot, dificilmente a Câmara terá ambiente para discutir mais um tema desgastante para os deputados, como a reforma da previdência, em período pré-eleitoral.
Agora, se for uma vitória por margem larga – e sem “sangrar a base”, afirmam parlamentares, a discussão sobre a reforma da Previdência poderá se dar no segundo semestre.
Por isso, os principais aliados de Temer afirmam reservadamente que a votação da denúncia de Janot contra Temer será um “marco” para o tema da Previdência.