A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Furtos e Roubos de Cargas da DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), atualizou esta semana os resultados da Operação Proditor, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no roubo de cargas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
Deflagrada na última quarta-feira (13), a ação prendeu 26 pessoas até o momento, entre empresários, motoristas, comerciantes do ramo logístico, “laranjas” e agentes públicos. Em posse dos investigados, foram apreendidas cerca de 150 toneladas de bobinas de aço, armas de fogo, coletes balísticos, veículos, joias e aproximadamente R$ 100 mil em espécie, alémde uma grande quantidade de cheques.
A Operação Proditor contou com a participação de mais de 120 policiais dos quatro Estados envolvidos. Ao todo, as investigações, que duraram cerca de seis meses, resultaram na expedição de 28 mandados de prisão e 30 mandados de busca e apreensão. A operação continuará ativa para capturar foragidos e apurar a participação de mais pessoas no esquema.
Entenda o esquema
O desvio das cargas se articulava em várias etapas. Primeiro, os líderes do grupo criminoso cooptavam motoristas de caminhão para que não entregassem suas cargas ao local de destino. O principal produto visado eram bobinas de aço, devido ao seu alto valor agregado.
Após desviarem as cargas, os motoristas registravam Boletins de Ocorrência fraudulentos com a ajuda de agentes públicos, que anotavam os fatos de maneira distorcida.
Por meio de empresas registradas em nomes de laranjas, os criminosos reinseriam as bobinas no mercado de aço por um preço inferior ao normal e, visando ocultar a origem ilícita, fraudavam os mecanismos originais de rastreamento utilizando etiquetas falsificadas.
Os integrantes do bando utilizavam empresas chamadas de “noteiras”, que fornecem notas fiscais fraudadas em troca de dinheiro, possibilitando a circulação das mercadorias e burlando os órgãos fiscalizadores.
Utilizando empresas de transporte registradas no nome de laranjas, os envolvidos lavavam dinheiro e compravam caminhões e semirreboques, utilizados para o transporte das cargas roubadas. O grupo adquiriu veículos que somam mais de R$ 4 milhões.
A investigação identificou as empresas do ramo de aço que revendiam as cargas roubadas, bem como as noteiras e receptadoras. As entidades estavam estabelecidas nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Foi constatado ainda que um dos líderes do bando promovia eventos em uma casa noturna do litoral norte de Santa Catarina para lavar parte do dinheiro.
A DEIC reafirma seu compromisso em tornar cada vez mais o Estado de Santa Catarina um território seguro para o Transporte Rodoviário de Cargas.