A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios (DH) de Florianópolis, durante coletiva à imprensa, na manhã desta segunda-feira, 24, esclareceu com detalhes a autoria e a motivação do homicídio qualificado (motivo fútil), que vitimou uma transexual, de 37 anos, na noite de 10 de março deste ano, assassinada a pauladas e encontrada numa construção, no bairro Ingleses, no Norte da Ilha. Um morador de rua, de 22 anos, foi preso na noite de domingo, 23, e confessou o crime em depoimento ao delegado Eduardo Mattos, que presidiu a coletiva nesta manhã.
De acordo com Mattos, o preso revelou que manteve relações sexuais com a vítima e após uma breve discussão, em que a transexual ameaçou contar aos amigos do acusado a relação amorosa de ambos, este teve uma reação e a golpeou com um pedaço de pau a atingindo na região do pescoço. “Mesmo desacordada, ele a golpeou mais três vezes o que resultou em sua morte ainda no local, descartando o crime de homofobia, em que a vítima foi morta por ameaçar o autor e não por ela ser transexual”, explica o delegado.
Segundo o Mattos, após o crime, o suspeito ainda permaneceu na região do bairro Ingleses e somente no dia seguinte começou a ser indagado sobre o crime por outros moradores de rua. “Ele confessou a autoria para alguns deles, que pediram que ele saísse do local. Começamos a procurá-lo a partir do dia 31 de março, quando foi deferido o mandado de prisão temporária em desfavor dele”, afirma.
O delegado disse ainda, que houve três linhas de investigação, tocadas simultaneamente, em que havia a possibilidade de participação de uma pessoa contra quem a vítima tinha feito um Boletim de Ocorrência, mas essa possibilidade foi descartada logo de início. A segunda linha de investigação apontava para um veículo caminhonete, de cor branca, que foi identificado nas imagens, mas também foi descartada e a terceira possibilidade, que foi comprovada, foi a participação de um morador de rua, que estaria nas proximidades do local onde ela foi morta. “Também havia a possibilidade dele estar na região de Criciúma, onde tem familiares e informações de que poderia estar na região de Balneário Camboriú. A partir de agora vamos relatar o inquérito policial no máximo em uma semana e pedir para ser convertida para prisão preventiva e remeter ao Poder Judiciário para oferecer denúncia”, informou o delegado.