Uma operação conjunta entre as Polícias Civil de Santa Catarina e do Paraná prendeu, nesta quarta-feira (19), integrantes de uma organização criminosa responsável por um golpe que consistia na comercialização de falsos pacotes de viagem, principalmente para Israel. Apenas em Blumenau mais de 100 pessoas foram lesadas.
A Operação Shalom prendeu ao menos sete pessoas e cumpriu 13 mandados de busca e apreensão decretados pela Justiça do Paraná, nos Estados do Paraná (Curitiba e Região Metropolitana) e São Paulo (SP e Sorocaba).
O delegado da 2ª DP de Blumenau, Lucas Almeida, participa da operação em Curitiba. Segundo ele, as polícias de SC e PR (Delegacia do Consumidor) investigam conjuntamente diversos golpes praticados pelo grupo por meio de uma agência de viagem de fora de SC, que na verdade seria uma empresa de fachada. Somente em Blumenau seriam 108 vítimas que fizeram boletim de ocorrência na 2ª DP, dizendo que foram lesadas na compra de uma falsa caravana para Israel. As vítimas dizem que pagaram entre R$ 6 mil a R$ 9 mil para participar de viagens que nunca aconteceram.
“Os casos começaram a pipocar este ano em Blumenau. Instauramos inquérito aqui e conjuntamente trabalhamos com a delegacia do consumidor de Curitiba, que investigava ocorrência do PR e outros Estados. Eles (golpistas) iam em igrejas evangélicas ou católicas e apresentavam as propostas de grandes caravanas, basicamente para Israel. A empresa era de fachada para aplicar o golpe”, afirma o delegado.
A polícia descobriu que nunca ninguém viajou pela empresa. “Além do fator de dizer que a empresa era antiga, que existia supostamente há 20 anos, consolidada no mercado, eles se diziam pastores evangélicos e na verdade não eram, não estavam vinculados a nenhuma igreja. Mas assim conseguiam ludibriar as vítimas”, ressalta o delegado. Os pagamentos eram em espécie, boleto ou cartão de crédito. Há até casos de clonagem de cartões de créditos contra vítimas.
Somente em Blumenau, o prejuízo foi de cerca de R$ 800 mil, mas também foi apurado que no Rio Grande do Sul o prejuízo foi de cerca de R$ 2 milhões, sem falar os prejuízos no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os golpistas faziam ainda “promoção relâmpago” com redução de valores pela metade do preço, o que atraía muitas pessoas. Conforme o delegado Lucas, paralelamente à investigação que tramita na Justiça do Paraná, inquéritos abertos em SC serão enviados à Justiça de Blumenau com o indiciamento dos investigados.