Edifício de 24 andares desabou durante um incêndio de grandes proporções no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (1º). Outro imóvel e uma igreja também foram afetados. Ao menos 120 famílias viviam irregularmente no imóvel que desabou, informou o Corpo de Bombeiros. A corporação ressaltou que o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. O imóvel era uma antiga instalação da Polícia Federal e depois foi ocupado por moradores.
O incêndio começou por volta de 1h30 no prédio de 24 andares, que fica no centro da cidade. Em nota, a Prefeitura lamentou o acidente ocorrido. Equipes da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social estão no local desde as 3 horas da manhã para dar acolhimento às pessoas desalojadas. Já foram cadastradas 248 pessoas, de 92 famílias. Elas receberam alimentação e foram encaminhadas para abrigos municipais.
Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana, coronel José Roberto Rodrigues, de quatro a cinco prédios foram interditados no entorno do edifício que desabou. No começo da manhã de hoje, bombeiros entraram no prédio na frente, também atingido pelo fogo, para apagar o novo foco, que já foi controlado. Vidros foram quebrados para o vento circular dentro da edificação.
Segundo o coordenador do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD), Ricardo Luciano, o fogo teria começado após uma briga ocorrer entre moradores do 5º andar. De acordo com ele, de 80 a 150 crianças viviam no local. “O intuito do movimento é que as famílias consigam uma moradia digna”, disse Luciano.
Segundo ele, havia imigrantes, mas a maioria dos moradores eram brasileiros. “Se tiver que ocupar outro prédio abandonado sem função social a gente vai ocupar sim para colocar essas famílias”, reforçou o coordenador do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD), Ricardo Luciano.
Em rápida e tumultuada passagem pelo local, o presidente Michel Temer afirmou: “A situação é dramática. Nós vamos dar assistência aqueles que foram vítimas desse desastre”, disse ele. Temer foi xingado por manifestantes que também jogaram garrafas de água no presidente.
Segundo o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, os moradores estão recebendo alimentação e água e serão encaminhados a centro de acolhida na Barra Funda, zona oeste da cidade. De lá, serão redistribuídos para outros espaços da cidade. “Estamos cadastrando as pessoas que nos buscam e pessoas também que nós fomos atrás”. Ele garantiu que “todo o suporte será dado”.