O ex-prefeito Ramon Wollinger (PL) se afastou da política nos últimos dias, devido ao falecimento do seu pai, Walter Wollinger. Diante disso, amigos próximos chegaram a dizer que ele desistira de concorrer ao cargo de prefeito nas eleições de outubro. No entanto, a presidente do Partido Liberal em Biguaçu, Salete Cardoso, confirmou ao Biguá News que Ramon estará na disputa.
Wollinger havia se filiado ao PP no final de 2023, mas se desfilou e ingressou no PL a pedido de Salete e do governador Jorginho Mello, com o intuito de ser o candidato do partido no próximo pleito. Chegou inclusive a iniciar conversações com empresários e lideranças locais com o objetivo de fortalecer sua pré-candidatura.
Ramon é o único pré-candidato a prefeito da oposição que está juridicamente viável. Ele não tem nenhuma condenação por improbidade administrativa oriunda dos anos que administrou Biguaçu. No entanto, os outros dois, Salete e o ex-prefeito Vilmar Astrogildo Tuta de Souza (PSD), estão com problemas na Justiça e certamente terão registros de candidatura impugnados pelo Ministério Público.
Salete pode ser barrada de concorrer a cargos eletivos pois foi demitida do cargo concursado que tinha na Prefeitura de Biguaçu, após faltar mais de 200 dias ao seu posto de trabalho. Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) constatou que ela não batia o ponto e determinou a sua demissão “por justa causa”. A Lei da Ficha Limpa proíbe que demitidos do serviço público após responder PAD concorram a cargos eletivos. Essa tese, inclusive, já foi confirmada em ação no Tribunal Superior Eleitoral.
Já o ex-prefeito Tuta tem em suas costas duas condenações por improbidade administrativa confirmadas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). Em uma delas, o desembargador que relatou o caso afirmou que Tuta deu R$ 5 milhões de prejuízo aos cofres municipais ao desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Na outra ação ele foi condenado por usar dinheiro da Prefeitura de Biguaçu para fazer campanha no ano de sua reeleição. Tuta recorre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas perdeu todos os recursos impetrados lá até agora.
Leia também:
TJSC condena Tuta por causar prejuízo de R$ 5 milhões aos cofres da Prefeitura de Biguaçu
Dessa forma, Ramon poderia encabeçar a chapa oposicionista, já que ele consegue aglutinar outras forças políticas situadas no campo oposicionista e está com o “nome limpo”, ao contrário de Salete e Tuta que, se vierem a pedir registro de candidatura, terão que enfrentar pedidos de impugnação de candidatura e passar toda a campanha eleitoral tendo que se explicar perante os eleitores.
Esse tipo de campanha “judicializada” prejudica o candidato e o próprio grupo político. Resta saber qual o caminho que os articuladores da oposição ao prefeito Salmir da Silva e ao vice-prefeito Alexandre Martins de Souza irão tomar.