Santa Catarina conquistou o terceiro lugar no Ranking de Competitividade dos Estados 2016, promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Atrás apenas de São Paulo (primeiro lugar) e do Paraná (segundo), manteve a mesma posição obtida em 2015, demonstrando a eficiência das medidas catarinenses contra o cenário de crise econômica. Entre as categorias do ranking, destacou-se como primeiro lugar em sustentabilidade social, terceiro em educação e terceiro em inovação. Os resultados oficiais foram divulgados na manhã desta segunda-feira, 19, em São Paulo.
O governador Raimundo Colombo comemorou o bom desempenho e defendeu a importância desses indicadores para promover o envolvimento de parceiros em trabalhos conjuntos. “Santa Catarina está de parabéns, pois o reconhecimento de hoje é um prêmio para todos os catarinenses”, afirmou. Santa Catarina obteve a pontuação geral de 74,3, menor apenas que as notas de São Paulo (88,9) e Paraná (76,9). A média nacional ficou em 50,2.
Colombo ressaltou que os indicadores também refletem a eficiência das medidas do Estado para amenizar o impacto da crise econômica em Santa Catarina. “O equilíbrio fiscal e a qualidade dos nossos serviços estão sendo reconhecidos. É claro que esperamos que a economia melhore daqui para frente para evoluirmos ainda mais. Vamos continuar trabalhando para isso”, acrescentou. Os secretários de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, e da Comunicação, João Debiasi, também acompanharam a premiação.
O estado tem melhorado a sua posição ano a ano. Em 2011, Santa Catarina ocupou o sétimo lugar; em 2012 e em 2013, ficou em sexto; em 2014, alcançou a quinta posição; e em 2015, ficou em terceiro lugar no ranking geral, atrás apenas de São Paulo e do Paraná, resultado que se repetiu agora.
Neste ano, foi realizada pela primeira vez a entrega do Prêmio Excelência em Competitividade. O Amapá venceu na categoria Crescimento, e o Paraná na categoria Internacional. Na categoria Boas Práticas, foram destacados os estados do Ceará (com ações de educação básica), de São Paulo (diante de medidas para promoção da segurança pública) e do Espírito Santo (pela eficiência em gestão fiscal).
O evento foi realizado na sede da BM&FBovespa, em São Paulo, contando também com a presença do diretor presidente da instituição, Edemir Pinto, e do diretor presidente do CLP, Luiz Felipe d’Avila.
Desafios para os próximos anos
Após o anúncio do ranking deste ano, os governadores dos três estados melhores colocados participaram do painel Perspectivas Inovadoras: Como o Equilíbrio Fiscal Pode Atrair Investimento e Impulsionar o Crescimento dos Estados?. Raimundo Colombo, Geraldo Alckmin (São Paulo) e Beto Richa (Paraná) destacaram a necessidade de controle rigoroso do crescimento da folha e dos gastos públicos.
Colombo ressaltou a importância da vitória obtida na renegociação das dívidas dos estados com a União neste ano e a reforma na previdência catarinense iniciada em 2015 como medidas que contribuíram para o equilíbrio do estado mesmo diante da queda da arrecadação e do aumento da inflação. “O momento exige medidas duras e impopulares, corrigindo o que precisa ser corrigido”, afirmou. No entanto, voltou a ressaltar que Santa Catarina não aumentou e nem vai aumentar impostos estaduais, pois isso seria “penalizar a população em um momento em que a sociedade já enfrenta muitas dificuldades”.
O evento contou, ainda, com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que comandou o painel Quais Desafios de Competitividade o Brasil Deve Enfrentar nos Próximos Anos?. O ministro reconheceu as atuais dificuldades impostas por uma “carga tributária de um estado robusto” que, mesmo elevada, não tem garantido como contrapartida a eficiência desejada dos serviços públicos federais. Defendeu a necessidade de cortes de cargos e de gastos públicos, preservando áreas como saúde e educação. “Desenvolvimento sustentável se faz com o desenvolvimento do conhecimento das pessoas e, para isso, é preciso investimento em educação”, acrescentou.
Entre as reformas que são prioridades do atual governo federal, o ministro Padilha apontou a fiscal e da previdência. No caso da previdência, lembrou que o déficit federal previsto para 2016 é de R$ 146 bilhões, podendo passar de R$ 180 bilhões em 2017. “Não queremos tirar direitos. Queremos garantir o direito de que as próximas gerações recebam suas aposentadorias”, afirmou, lembrando que as mudanças previstas respeitarão um período de transição.
O ranking
O Ranking de Competitividade dos Estados é um levantamento feito pelo CLP em parceria com a Tendências Consultoria e a Economist Intelligence Unit. A ferramenta analisa a capacidade competitiva dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.
São analisados 64 indicadores de abrangência nacional separados em dez pilares que servem para balizar os gestores públicos de cada estado para alcançarem a excelência na gestão. Itens como infraestrutura, educação, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade social e sustentabilidade ambiental compõem o quadro. A proposta dos organizadores é proporcionar uma ferramenta para a administração pública, permitindo ao gestor público avaliar as necessidades e definir prioridades para o seu estado, ao mesmo tempo em que oferece e um estudo de alocação de investimento para o setor privado.
Fundado em fevereiro de 2008, o CLP é uma organização apartidária e sem fins lucrativos que promove atividades como cursos, projetos de gestão e iniciativas de mobilização.
Alexandre Lenzi
Assessoria de Imprensa