Santa Catarina, o maior Estado produtor de cebola do país, que responde também por parte da produção de semente dessa hortaliça, recebe a 15ª edição do curso sobre “Tecnologia de Produção de Sementes de Hortaliças”, que acontece de 14 a 16 de outubro, em Curitibanos (294 km de Florianópolis).
Organizado pela Embrapa Hortaliças, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o curso tem o objetivo de atender uma carência por formação nessa área específica. “Salvo poucas exceções, não há disciplinas nas grades curriculares dos cursos de Ciências Agrárias que contemplem a produção de sementes de espécies olerícolas”, observa o pesquisador Warley Nascimento, que coordena o evento junto com a professora Mônica dos Santos, da UFSC.
O curso tem o objetivo de apresentar as tecnologias para o aprimoramento da produção e da qualidade de sementes de hortaliças, bem como de discutir os problemas do setor sementeiro olerícola nacional. A programação vai contemplar itens como: mercado, legislação, produção de sementes convencionais e orgânicas, produção de mudas de hortaliças, beneficiamento e tratamento de sementes de hortaliças, entre outros.
A capacitação é voltada para estudantes, professores e profissionais que buscam complementar a formação nessa área. A metodologia inclui palestras teóricas e visitas técnicas a campos de produção de sementes de algumas espécies de hortaliças e a viveiristas credenciados.
Mercado nacional
O Brasil produz quase a totalidade das sementes de hortaliças de polinização aberta que utiliza, contudo grande parte da produção de sementes híbridas é realizada no exterior e, posteriormente, cultivada em nosso país. Em um mercado que movimenta cerca de 550 milhões de reais por ano, 72% desse valor corresponde a comercialização de sementes híbridas. “Devido à escassez e ao custo da mão-de-obra, as empresas de sementes optam pela produção no exterior e, com isso, perdemos divisas e ficamos mais vulneráveis à entrada de pragas quarentenárias”, analisa Nascimento.
A produção de sementes de hortaliças, seja convencional ou orgânica, demanda expertise e investimento tecnológico por parte do agricultor. Muito embora seja uma atividade rentável, faltam programas de incentivo e há limitações tecnológicas, principalmente quando se considera que a maior parte da produção de sementes híbridas é conduzida em cultivo protegido. “A proposta é que seja discutida a criação de um polo de produção de sementes de hortaliças no Brasil”, planeja o pesquisador.
Realizado pela Embrapa Hortaliças e pela Universidade Federal de Santa Catarina, o 15º Curso sobre Tecnologia de Produção de Sementes de Hortaliças conta com o patrocínio de algumas empresas e com o apoio da Associação Brasileira de Horticultura (ABH), da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES), da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).