Às vésperas do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, no dia 28 de julho, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta a população para a importância das medidas de prevenção e do diagnóstico precoce, especialmente das hepatites B e C. Esses são os tipos que podem provocar doenças crônicas que causam danos mais graves ao fígado, como a cirrose e o câncer. No ano passado, 1.883 novos casos de hepatites B e C foram notificados em Santa Catarina. O Estado registra, anualmente, cerca de 500 mortes por doenças relacionadas às hepatites.
“As hepatites virais podem persistir no organismo durante meses sem manifestarem sinais ou sintomas. Por isso, costumamos dizer que essa é uma ‘doença silenciosa’ que, quando descoberta, pode já apresentar as formas mais graves”, explica Dulce Quevedo, gerente de Vigilância de DST/AIDS e Hepatites Virais da Dive.
O Teste Rápido para as hepatites B e C está disponível nas unidades de saúde gratuitamente. “O teste é simples, seguro, sigiloso, e é o primeiro passo para eliminar a dúvida sobre uma possível infecção”, acrescenta Dulce. As hepatites B e C têm tratamento gratuito pelo SUS, e o diagnóstico precoce amplia a sua eficácia. “Recomendamos que todas as pessoas realizem, pelo menos uma vez na vida, o teste para as hepatites virais, ou sempre após exposição a algum fator de risco”, ressalta o médico infectologista Eduardo Campos de Oliveira, técnico da gerência.
Utilizar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar materiais de uso pessoal, como lâminas de barbear ou depilar, escovas de dentes e outros objetos que furam ou cortam, são algumas das medidas de prevenção das hepatites B e C. Ter seu próprio kit de manicure/pedicure – com alicate de unha, lixa e palito – é outra recomendação importante, pois podem conter sangue contaminado pelo vírus. “Caso não seja possível levar instrumentos próprios ao salão de beleza, exija instrumentos esterilizados e materiais descartáveis”, complementa Dulce. Estúdios de tatuagem e de colocação de piercings também devem usar instrumentos esterilizados e materiais de uso único.
Vacinação
A vacinação é uma importante medida de prevenção contra a Hepatite B, disponível gratuitamente na rede pública de saúde para todas as faixas etárias. Ela deve ser aplicada em três doses. A vacina foi implantada em Santa Catarina em 1993, específica para crianças menores de cinco anos. Em 1997, passou a ser aplicada em menores de 15 anos em áreas de alta prevalência no país, incluindo a Região Oeste do estado.
“De lá para cá, as faixas etárias foram sendo ampliadas gradativamente até o ano passado, quando apenas pessoas até 49 anos podiam ser vacinadas. Hoje, ela está disponível para toda a população”, explica Arieli Schiessl Fialho, chefe da divisão de imunização da DIVE. Segundo ela, a cobertura vacinal acumulada em Santa Catarina é de apenas 53,40% da população (1994-2015). No Brasil, a realidade é semelhante, com cobertura vacinal acumulada de 54,3%.
Perfil epidemiológico
O Ministério da Saúde (MS) estima que existam no país 1,7 milhão de portadores do vírus da Hepatite C e 756 mil do vírus da Hepatite B, e ressalta que muitos deles nem sabem. O panorama epidemiológico é ainda mais grave em Santa Catarina, que apresenta taxa de incidência de Hepatite B de 21,9 casos/100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 7,6. Em relação à Hepatite C, a taxa catarinense é de 17,8/100 mil habitantes, superando a média nacional, que é de 12,6.
Em 2016, foram notificados 1.103 novos casos de Hepatite B, com maior incidência nas regiões Extremo Oeste (70,5 casos por 100 mil/hab), Oeste (62,2, casos/100 mil hab) e Xanxerê (34,2 casos por 100 mil/hab). Em relação à Hepatite C, foram 780 novos casos em 2016, com maior incidência nas regiões Carbonífera (34,8 casos por 100 mil/hab), Extremo Sul Catarinense (22,4 casos por 100 mil/hab) e Laguna (20 casos por 100 mil/hab). Clique aqui e saiba como os municípios catarinenses estão divididos por Regiões de Saúde.