A ex-superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria de Saúde Márcia Regina Geremias Pauli detalhou, há pouco, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga a compras dos 200 respiradores, a forma que o então chefe da Casa Civil, Douglas Borba (PSL), fazia ‘pressão’ para efetuar a aquisição dos aparelhos. Ela reafirmou que fora Douglas quem apresentara o empresário Fábio Guasti como representante da Veigamed.
“Ele sempre falava em nome do governador, nesse processo dos respiradores e em outros. Ele passou alguns dias com ele falando que precisava de testes rápidos, então ele encaminhava fornecedores de testes rápidos. Depois falava de móveis para UTIs, de EPIs, e encaminhava fornecedores. Ele nos dizia ‘falei com o governador e ele está muito preocupado‘. Douglas ligou certa noite e disse que a superintendência precisava parar com esse excesso de preciosismo, pois vidas estão nas mãos de vocês”.
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Pauli também disse novamente que, após sair na imprensa de que a Veigamed poderia não entregar os respiradores, Douglas apresentou o advogado Leandro Adriano de Barros para falar em nome da empresa. “O Leandro, por conta desse contato repassado pelo secretário Douglas, era para nós esse apoiador, com fornecedores. Entre o fornecedor e o Estado era essa pessoa articulando. O secretário Douglas o colocou como a pessoa que fazia essa aproximação. Eu tenho e-mail observando “isso é pedido do secretário Douglas”.
Além da ex-superintendente, a CPI espera ouvir hoje os ex-secretários Douglas e Helton Fezerino (Saúde) e fazer uma acareação com ambos, para identificar a participação de cada um nessas compras com pagamentos antecipados.
A CPI também aprovou nesta terça-feira um requerimento para a Alesc entrar com mandado de segurança na Justiça para obter o teor de dois depoimentos – de Douglas e de Helton – que ainda estão sob sigilo a pedido do Ministério Público.
Investigação do MPE
Douglas é um dos principais investigados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e pela Polícia Civil, que apuram as irregularidades na apressada aquisição de 200 respiradores, por R$ 33 milhões, e com pagamento adiantado. Segundo o MPSC, fora Douglas quem indicara o empresário Fábio Guasti como representante da Veigamed no processo de compra e depois quem também colocou Leandro Barros (que advoga para uma das empresas de Guasti) para falar em nome da fornecedora junto à Secretaria de Saúde. Conforme o MPSC, “Douglas Borba é figura fundamental no grupo criminoso”.