O curso de Engenharia de Pesca do Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), ficará responsável pela preparação e pela montagem do esqueleto do juvenil macho de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) que foi encontrado encalhado e morto na tarde de segunda-feira, 8, na Praia de Campo Bom, em Jaguaruna.
O exemplar, que teve a carcaça recolhida e levada para a unidade de ensino na terça-feira, 9, já estava em avançado estado de decomposição quando foi avistado. Após a biometria e a coleta de amostra de alguns tecidos, verificou-se que ele tinha 9,5 metros de comprimento.
O professor Pedro Castilho e alunos de Engenharia de Pesca da Udesc Laguna integraram a atividade da equipe do Protocolo de Encalhes da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Relatos iniciais da mídia e informações de moradores e pescadores locais apontavam que havia uma rede presa na nadadeira da cauda da baleia, mas a equipe do protocolo não localizou o material.
Segundos os pesquisadores, ainda não foi possível identificar a causa da morte, mas há a hipótese de que o animal tenha morrido em função desse enredamento e investigações serão realizadas.
Também participaram da remoção a Polícia Militar Ambiental de Laguna, o Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), e o Projeto Baleia Franca, com o apoio de moradores e pescadores, da Secretaria de Obras de Jaguaruna, da Vigilância Sanitária e do Instituto de Meio Ambiente de Jaguaruna.
Segundo encalhe da temporada
A baleia-jubarte é uma espécie que migra desde a Antártida para o litoral do Nordeste durante o inverno e a primavera para se reproduzir. A ocorrência de encalhes dela não é comum na região da APA da Baleia Franca, no Litoral do Sul de SC, já que a migração acontece longe da costa.
Em contato com o Instituto Baleia Jubarte, de Caravelas (BA), os pesquisadores obtiveram a informação de que esse é o segundo encalhe da espécie no Brasil durante esta temporada, sendo o primeiro registrado no Espírito Santo.
Na temporada passada, em setembro, um filhote de baleia-jubarte de 4,9 metros de comprimento também foi encontrado encalhado e morto em SC, mas na Praia de Paulo Lopes, próxima à Praia da Gamboa, em Garopaba.
Recomendações
O protocolo da APA da Baleia Franca recomenda as seguintes ações em caso de encalhe de:
Animais mortos: informe o local e outras informações a um dos membros do protocolo e evite se aproximar do animal para não correr risco de contaminação biológica.
Animais vivos: não tente devolver o animal para a água; obtenha fotografias, possibilitando a identificação da espécie e a documentação do caso; evite respirar o ar expirado pelo animal; e não se aproxime da cauda para não correr risco de sofrer ferimentos.
Os telefones de contatos são:
APA da Baleia Franca, do ICMBio: (48) 3255-6710;
Centro Mamíferos Aquáticos do ICMBio: (81) 3544-1056 e (81) 3544-1835;
Núcleo de Fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de SC: (48) 3212-3368 e (48) 3212-3356;
Projeto Baleia Franca: (48) 3255-2922 e (48) 9919-4400;
Laboratório de Mamíferos Aquáticos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): (48) 37217150;
Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Unesc, de Criciúma: (48) 3431-2573;
Udesc Laguna: (48) 9696-6025;
Polícia Militar Ambiental de Laguna – (48) 3644-1728, do Maciambú – (48) 3286-1021, de Florianópolis – (48) 3269-7111 e de Maracajá – (48) 3523-1870.