A União Europeia quer aproximar pequenas e médias empresas do Brasil e da Europa para promover a troca de experiências e de negócios que possam aumentar o uso de tecnologias para a redução da emissão de gases de efeito estufa na indústria brasileira. O projeto Low Carbon Business Action in Brazil já está identificando áreas e setores econômicos no país que possam concretizar negócios e aderir a processos e tecnologias de baixo carbono.
Serão realizadas três rodadas de negócios neste ano e pelo menos mais três no ano que vem, com a participação de cerca de 720 empresas brasileiras e europeias. A primeira rodada de negócios deverá ser em agosto. O objetivo é promover a troca de experiências inovadoras e apoiar as empresas na transição para as tecnologias e os processos de baixa emissão de carbono.
O projeto vai financiar até 80% dos custos logísticos e de viagens de empresas selecionadas e promoverá acordos de cooperação para maior competitividade e sustentabilidade ambiental das companhias participantes. O investimento será de 3 milhões de euros até 2018 para financiamento operacional dos contatos. Em um segundo momento, deverá haver mecanismos financeiros de apoio para que as empresas possam desenvolver as propostas.
O especialista sênior em tecnologias de baixo carbono do projeto, Ricardo Esparta, destaca que já existe um mercado de redução de emissões na União Europeia e que os países do bloco são os principais atores na discussão de uma economia de baixo carbono no mundo. Por isso, há interesse em investir em países como o Brasil, onde essas tecnologias ainda estão em desenvolvimento.
“Com isso, a gente não só leva à redução da emissão de gases de efeito estufa e atinge os objetivos da Convenção do Clima, como ajuda também os setores tanto na Europa, porque naturalmente existe um interesse econômico, quanto em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde isso está sendo buscado”, diz Esparta.
Um dos setores que devem ter destaque nas rodadas de negócios é o de biogás. No Brasil, existe potencial para a produção de gás natural, mas faltam tecnologias como equipamentos para produzir e purificar o produto de maneira mais eficiente. “Existe potencial no Brasil, mas ainda há uma falta de tecnologia, capacidade, de know how que pode ser suprida por tecnologias já prontas. Na Europa, o mercado de biogás é bem mais desenvolvido. Então, ao invés de começar do zero, posso pegar uma coisa um pouco mais avançada, adaptar para o Brasil e começar a produzir melhor aqui”, afirma o especialista.
Também com o objetivo de aproximar empresas interessadas em parcerias para o desenvolvimento de tecnologias para o meio ambiente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai promover, na próxima semana, rodadas de negócios durante a Feira Pollutec, em São Paulo. Durante as conversas, empresas brasileiras vão trocar experiências e tentar fechar parcerias de negócios neste ramo com empresas da França, Bélgica e Espanha.
“É uma oportunidade importante para empresas brasileiras que queiram identificar parceiros comerciais e tecnológicos voltados para esta área específica, dentro daquilo que é a vocação do setor produtivo brasileiro no tema meio ambiente, como tratamento de água, empresas de gestão de resíduos, de energias renováveis”, ressalta a gerente de Serviços de Internacionalização da CNI, Sarah Saldanha. Durante os dois dias dos encontros de negócios (13 e 14 de abril), a estimativa é promover US$ 4 milhões em negócios entre as empresas. A ação da CNI será feita em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) com o apoio do projeto Low Carbon Business Action in Brazil.
A Pollutec é uma feira internacional, considerada o maior salão com foco em tecnologias para meio ambiente no mundo. É a primeira vez que o evento ocorre no Brasil. A previsão é que 80 empresas nacionais e internacionais apresentem soluções e inovações em todas as atividades ambientais e de saneamento.
Agência Brasil