O ainda subchefe da Casa Civil do Governo do Estado, Matheus Hoffmann Machado, disse agora há pouco, em depoimento como testemunha na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para investigar denúncias de irregularidades na compra de 200 respiradores, que não teve nenhuma participação na compra dos aparelhos. Disse que não soube de nada e nem viu alguma coisa. “Eu não fazia parte do comitê de crise da pandemia e não tive nenhum envolvimento nesses contratos“.
Antes de iniciar as respostas das perguntas dos deputados que integram a CPI, ele informou que pediu a exoneração do cargo, que deve ser publicada entre hoje e amanhã no Diário Oficial. Matheus foi bastante pressionado por alguns deputados. Veja as respostas a seguir.
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Respostas de Matheus a perguntas de:
Ivan Naatz (PL)
Conheço Douglas Borba desde a faculdade, advogamos junto, fui secretário de Desenvolvimento Econômico e de Planejamento de Biguaçu e fui convidado por Douglas Borba para a secretaria-adjunta da Casa Civil
Conheço Leandro Adriano de Barros, de quando ele foi secretário de Saúde de Biguaçu.
Participo dos conselhos da Casan e Ciasc, e ainda não tenho decisão formada sobre deixar esses conselhos, ainda vou conversar com os presidentes desses conselhos.
Sim, eu recebo remuneração desses três cargos [Casa Civil, Casan e Ciasc]
Conheço Mariana Rabello Petry, sim, ela mora em Biguaçu. Não tem cargos no governo. É advogada. Trabalha com o Leandro. O Popo Petry é irmão dela, eu conheço, joga bola comigo todos os sábados no BAC.
É notório que eu faço parte do PSL junto com Douglas Borba e com o governador.
Não fui presenteado por nada (ao responder sobre os cargos que ocupa), desempenhei à altura minhas funções.
Conversei com Douglas sobre essa história toda e o que ele me passou foi que ele não tem conhecimento de irregularidades nesse processo da compra dos respiradores.
Nunca vi nenhum deles [dos acusados no processo] na Casa Civil, onde eu desempenho meu trabalho
Na Secretaria de Estado de Saúde eu nunca fui, eu nem sei onde fica
O sigilo dos autos já foram levantados e em nenhum momento meu nome foi apontado. Meu nome começou a aparecer na imprensa após ser convocado para essa CPI, aliás, nem sei porque eu fui intimado.
João Amin (PP)
Já fui do PP, o mesmo partido do senhor.
Não tenho conhecimento nenhum sobre gabinete de fake news na Secom do Estado
Último dia que conversei com Douglas foi no domingo, depois não conversei mais
Todas essas contratações envolvendo resposta à pandemia, eu soube tudo pela imprensa
Felipe Estêvão (PSL)
Nunca participei de reunião no caso dos respiradores
Não tenho informação se Leandro tinha vaga de estacionamento privativa na Secretaria de Saúde.
É normal que o secretário da Casa Civil desempenhe suas atribuições, e que o secretário-adjunto cuide da parte administrativa da pasta, isso em qualquer secretaria
Eu tive contato com o secretário Helton não no momento da pandemia, mas antes, para tratar de outras atribuições da Casa Civil
Não tenho nenhuma informação de que Douglas tenha participado da compra dos respiradores
Ivan Naatz (PL)
Sim, fui sócio do escritório de advocacia de Douglas Borba, por uns cinco anos.
Sim, Douglas tem uma casa na praia. Não sei se tem apartamento. Atualmente ele mora nessa casa na praia.
Sargento Lima (PSL) – presidente da CPI
Minhas atribuições na secretaria-adjunta da Casa Civil é gerir a parte administrativa. Cuido de todos os contratos assinados pela Casa Civil.
Vários contratos foram renovados nesse período.
O contrato de R$ 2,5 milhões de publicidade foi feito pela Casa Civil, foi auditado pelos órgãos de fiscalização e não houve nenhum apontamento.
No conselho fiscal da Ciasc e da Casan, acontecem reuniões periodicamente, uma vez por mês, os conselheiros deliberam sobre as informações da empresa e auditoria.
João Amin (PP)
O relacionamento de Douglas Borba com o governador Carlos Moisés era de amizade. Não sei se o governador frequantava a casa do Douglas.
Acho que não era papel do Douglas convencer o governador de algo, mas de conversar sobre as coisas do governo
O contrato de publicidade de R$ 2,5 milhões foi trazido para a Casa Civil pelo Douglas. Havia uma avalanche de fake news sobre a pandemia e verificou-se a necessidade de fazer publicidade sobre as medidas do governo
Não acompanhei nenhuma fala de que Douglas teria pressionado o controlador-geral do Estado para aprovar a compra de EPIs
Douglas dava bastante autonomia aos servidores da Casa Civil. Sobre servidores de outras secretarias eu não sei informar como ele atuava
Valdir Cobalchini (MDB)
Não tenho opinião sobre aprovação de contratos por grupo gestor. Creio que nesse caso dos respiradores deveria ser decisão exclusiva da Secretaria de Saúde
Conclusões finais
Nesse período da pandemia, me limitei a realizar atribuições inerentes ao meu cargo. Participei sim de alguns processos, entre eles o de funcionamento remoto da Casa Civil, assinados por mim.