Centenas de venezuelanos foram mais uma vez às ruas do país ontem (15), em uma manifestação convocada pela oposição para protestar contra o governo do presidente Nicolás Maduro e contra a convocação de uma nova Constituinte no país. As informações são da agência EFE.
Os críticos do governo começaram a se reunir desde a madrugada em pontos estipulados pela Mesa de Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição. A previsão é que a atividade de prolongue por 12 horas como forma de mostrar uma “resistência pacífica”.
Os deputados da MUD publicaram imagens nas redes sociais mostrando venezuelanos nas ruas nas principais cidades do país. Eles também recomendam que os opositores não fechem as artérias que não foram incluídas no planejamento da atividade de hoje.
Bombas de gás
Apesar do caráter pacífico da manifestação, a polícia de Carabobo, estado na região central da Venezuela, e a Guarda Nacional Bolivariana dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo um protesto na principal avenida da cidade de Valência.
Os opositores ocuparam a Autoestrada do Leste, único ponto de manifestação marcado pela MUD na cidade. Imagens de uma emissora local mostram os agentes reprimindo o protesto com bombas e balas de borracha quando os opositores de Maduro tentaram interromper a circulação na via por completo.
Em Caracas, os manifestantes se concentram em dois locais: em um trecho da Autopista Francisco Fajardo, a mais importante da cidade, e também na Avenida Victoria, no oeste da capital.
Golpe de Estado
O protesto, chamado de “grande plantão nacional”, faz parte da agenda de manifestações que tiveram início depois que o Tribunal Supremo de Justiça, acusado de servir ao chavismo, retirou as prerrogativas do Parlamento, controlado pela oposição.
A pressão nas ruas aumentou ainda mais quando Maduro anunciou, no último dia 1º de maio, a convocação de uma assembleia Constituinte para redigir um novo ordenamento jurídico como “a única” maneira de conseguir a paz. A oposição vê a medida como um golpe de Estado, e acusa o presidente de tentar se perpetuar no poder.
Algumas das manifestações, iniciadas há 45 dias, têm terminado em violência. Segundo o último balanço oficial, 39 pessoas já morreram e centenas ficaram feridas desde o início dos protestos. A polícia da Venezuela já prendeu no período mais de 2.000 suspeitos.