A Câmara de Biguaçu definiu, em reunião realizada nesta terça-feira à noite, que vai solicitar, ao Governo do Estado, o encaminhamento de estudos e projetos sobre a construção da ‘Vila de Segurança’ prevista para ser feita no bairro Universitário. O empreendimento contemplará um novo batalhão da Polícia Militar, a delegacia da Polícia Civil, novo quartel do Corpo de Bombeiros, um presídio com 412 vagas, Delegacia da Mulher, Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e unidade do Instituto Geral de Perícias (IGP).
Após o debate feito esta noite – que fora proposto pela vereadora Salete Cardoso (PV) – o presidente do Poder Legislativo, Vilson Norberto Alves (PP), captou as cobranças de outros parlamentares e de moradores que foram convidados para representar seus bairros e vai enviar pelo menos quatro pedidos ao governo: um estudo de impacto de vizinhança; que encaminhe os projetos relativos à obra; o estudo financeiro; e um termo de compromisso de que o complexo seria construído integralmente.
O presidente da Subseção de Biguaçu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), João Antônio Trajano, disse, ao Biguá News, que a instituição vai aguardar a resposta do governo a esses encaminhamentos, para analisar qual será o posicionamento a ser defendido. “Antes de ter acesso à toda a parte técnica da construção, como local, número de vagas, e a forma da construção, a OAB ainda não tem como se posicionar a respeito do tema. Vamos acompanhar e defender o que for melhor para a comunidade”, pontuou.
Quem já tem posicionamento definido é o 24º Batalhão da PM. O 2º tenente Eduardo Antonio Schwarz representou a força militar do município e disse à reportagem que a polícia é favorável à construção de um novo presídio. Ele argumentou que a falta de vagas na atual unidade prisional, que fica no centro da cidade, acaba limitando o trabalho das guarnições.
“Acontece com muita frequência de uma guarnição prender um suspeito e a viatura ficar muito tempo parada, esperando até que a situação seja resolvida. Como não há vaga no presídio de Biguaçu, é necessário aguardar a definição de para onde o indivíduo será levado. Com isso, policiais ficam parados por horas, sem poder fazer rodas nas ruas, por exemplo”, informou Schwarz.
Outra informação importante relatada pelo tenente é que a justiça fica mais criteriosa em deferir mandados de prisão preventiva contra acusados de cometerem crimes. “Como o sistema já está lotado, você não tem onde colocar [os infratores]. Como você vai deferir que uma pessoa seja presa, se não tem para onde levá-la? Então já tem essa problemática, o juiz já pensa nisso”, comentou.
Moradores dos bairros adjacentes ao local planejado para ser feita a Vila de Segurança também usaram o microfone para manifestar o que pensam sobre o assunto e praticamente todos se puseram desfavoráveis ao presídio. O receio é de desvalorização imobiliária, criação de bolsão de pobreza em torno do presídio, e o medo de fugas e rebeliões.
A obra será construída com investimento de R$ 24 milhões do Governo do Estado. A Prefeitura de Biguaçu entrou com doação do terreno de 96 mil m².