UOL – O vice-presidente do Internacional, Fernando Carvalho, explicou neste domingo (4), a sua polêmica fala a uma TV de que “adiar a rodada final do Campeonato Brasileiro por conta do acidente com o elenco da Chapecoense prejudicaria o Internacional, que está vivendo sua tragédia particular”. O dirigente afirmou que se sente triste pelas mortes na queda do avião e que a matéria foi editada, o que o fez ser chamado de “insensível e ser bombardeado”.
“De repente em meio a uma entrevista, onde eu destaquei essa minha posição (de relação próxima à Chapecoense), foi feita uma pergunta sobre o adiamento da rodada. E eu usei a palavra ‘tragédia’ para definir a situação do Internacional do Campeonato Brasileiro. E imediatamente pedi desculpas. Essa entrevista foi editada, como se eu só tivesse tratado disso, quando na verdade eu tratei de toda a matéria envolvendo a Chapecoense”, disse Fernando Carvalho em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Fernando Carvalho ressaltou a revolta das pessoas por conta de sua entrevista. “As pessoas me trataram como insensível, desumano, e isso virou um tormento nas redes sociais, na mídia. E sofro isso até hoje. E estou tendo a oportunidade agora de falar sobre essa palavra, porque eu errei por ter usado essa palavra. Mas reconheci o equívoco e talvez tenha sido a própria emoção do momento. Não representa o que sinto, o que sou. Meu sentimento hoje é de muito pesar, muito pra baixo pelo que aconteceu com a Chapecoense”, continuou.
“Eu não sei quem editou, o programa que foi veiculado na rede Record ele passou integral, não tenho uma queixa. Mas quem transmitiu e passou aos canais foi uma edição. Mas também não quero entrar nessa polêmica, não quero encontrar mais gente para ficar contra mim. Sei que isso passou a ser veiculado em todas as redes. Mas este esclarecimento já fiz em várias emissoras. Isso aí já está tranquilo, a minha palavra já foi transmitida”, ressaltou.
Fernando Carvalho ainda voltou a falar que a tragédia da Chapecoense é maior por não poder ser revertida e pediu desculpas novamente pela fala. “É da vida isso aí (tragédia), a gente tem que seguir, aconteceu, não tem comparação ao que aconteceu com Chapecó porque é uma coisa reversível. Como o 7 a 1 do Brasil está se revertendo agora. As tragédias do futebol não são como as tragédias da vida, mas infelizmente elas são tratadas assim. Foi um erro, foi um equívoco, eu jamais faria uma colocação neste sentido”, completou.
Virada de mesa em caso de rebaixamento do Internacional
“Temos de tratar de cair com dignidade. Se o Inter realmente for rebaixado, ninguém vai querer virar a mesa, tomar atitude de procurar algo oficial. O Internacional tem consciência de que está nessa situação por sua própria culpa, por sua incompetência, e eu me incluo nessa incompetência. A tabela reflete aquilo que a gente fez e não tem volta. Todos os jogadores estão sentidos, sem condições de jogar, mas se a CBF determinar que haverá a última rodada, vamos jogar, não tem o que fazer”.
“Todas essas manifestações, esses atos de solidariedade estão sendo tomados em cima de uma comoção em torno da tragédia. Essa blindagem da Chapecoense por três anos, eu acho uma coisa correta, talvez ela não vai nem precisar disso, mas é correta. Isso é um evento único, então temos que dar tratamento único. Talvez a Chapecoense não precise disso porque tem força, tem trabalho, e vai se recuperar disso. Talvez seja uma regra do regulamento que nem precisará ser cumprido”.