Gabriele Duarte/DC: Pouco mais de 12h após a Petrobrás ter anunciado reajuste da gasolina e do diesel nas refinarias, os donos de postos de combustíveis em Santa Catarina já dizem ter percebido o aumento de R$ 0,12 e R$ 0,17, respectivamente, na manhã desta terça-feira. De acordo com os representantes dos sindicatos catarinenses, o repasse das distribuidoras foi imediato — diferentemente do que aconteceu em outubro, quando a Estatal havia anunciado duas reduções consecutivas que não tiveram efeito aos consumidores nas bombas.
O diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis Joel Fernandes garante que o preço vai subir para os motoristas entre esta terça e quarta-feira.
— Já recebi gasolina com 12 centavos mais caro e vai ser repassado. Quando é para descer, as distribuidoras [que vendem para os postos] não repassam para o revendedor. Eles seguram. Quando é para subir, sobe já no dia seguinte. Todo o pessoal percebeu isso, principalmente na companhia Ipiranga.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis) Valmir Espíndola reforça a ideia de que “aumentos ou reduções de preços nas bombas dependem exclusivamente dos valores praticados pelas distribuidoras, e não de anúncios da Petrobras”. Ele acrescenta que o consumidor final deverá perceber o reajuste de forma diferenciada em Santa Catarina.
— São as distribuidoras as responsáveis pelos índices dos aumentos. Aos postos, cabe a indesejada tarefa de repassá-los, sob risco de inviabilizar seu funcionamento. Como cada distribuidora está anunciando índices diferentes, já a partir desta terça-feira os reajustes ao consumidor também devem ser diferenciados — explicou em nota.
Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb) Júlio Zimmermann diz que deverá aumentar em torno de R$ 0,10 o litro da gasolina. Ele prefere aumentar menos e aguardar a Secretaria da Fazenda, no fim do mês, avaliar a questão dos impostos.
— Tirei os preços na internet na minha distribuidora agora, porque sempre pedimos na segunda a terça-feira de cada semana. Já estava mais caro. O mercado é livre, mas eu terei que repassar, vou calcular o valor exato agora à tarde. Minha margem chega a 20 centavos, se abortar mais 12, é melhor fechar.
Lideranças de sindicais do litoral catarinense, Joinville, Chapecó e Criciúma não atenderam as ligações da reportagem até às 11h30min.
No último levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), feito em 245 postos entre 27 de novembro e 3 de dezembro, o preço médio do combustível em SC estava R$ 3,549. O preço mínimo a R$ 3,189 e máximo a R$3,899.
“Pesquisou, baixou”
O Procon de Santa Catarina garante estar acompanhando a variação dos preços dos combustíveis. Apesar de salientar a livre concorrência do mercado, o órgão estadual lembra que aderiu à campanha nacional Pesquisou, baixou. O diretor estadual do Procon-SC Maykon Baldessari, explica o cenário:
— A ideia é que o consumidor pesquise os preços e abasteça onde é mais barato, para forçar os outros a baixar os preços.
Baldessari ainda lembra a questão da livre concorrência do mercado.
— Sobre esse novo aumento, como tem a questão da livre concorrência, se a Petrobras aumentou para as distribuidoras, os proprietários vão poder repassar isso, não há nada que a gente possa fazer, infelizmente. Assim como eles também poderiam ter repassado a diminuição. Mas fica a critério de cada dono de posto.
O que dizem as distribuidoras
Procuradas por telefone e por e-mail, tanto o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) quanto o Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom) não responderam os questionamentos da reportagem até o fim da manhã desta terça-feira.