A família do jornalista Renan Agnolin acionou a Justiça de Santa Catarina para que a Chapecoense apresente as documentações do voo que matou 71 pessoas. Agnolin tinha 27 anos e foi uma das vítimas do acidente aéreo na Colômbia. De acordo com o processo movido pela família, o time catarinense não apresentou informações necessárias para que seja iniciado o processo de indenizações.
A família requer ao Tribunal a concessão de tutela de urgência para que tenha acesso, por exemplo, ao acordo firmado pela Chapecoense com a LaMia, empresa aérea que transportou o time.
Na ação, o advogado da família do jornalista, João Tancredo, afirma que sem o conteúdo desse contrato com a LaMia, entre outros documentos, não é possível definir quem são os responsáveis pela tragédia.
No processo, o advogado da família de Renan descreve a dor da perda, somada à falta de informações.
“Já destruídos por tão trágica e precoce morte de seu companheiro e filho, após muita insistência por uma resposta objetivas, tiveram negado o pedido, ao argumento de que ‘os documentos solicitados somente poderiam ser entregue por determinação judicial'”.
“Os autores desconhecem se do contrato firmado pela Requerida [Chapecoense] com a LaMia há cláusulas prevendo o pagamento de seguro aos familiares da vítima em caso de sinistros, assim como seu valor. Também ignoram se os empregadores ou as vítimas firmaram contrato de transporte com esta mesma garantia”.
Renan trabalhava para a RIC TV Chapecó. No processo, a defesa da família do jornalista ressalta que só acionou a Justiça após procurar a Chapecoense repetida vezes para esclarecimentos, não havendo retorno.
Ao UOL Esporte, o vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antonio Palaoro, informou que o clube atenderá todos pedidos feitos por familiares das vítimas.
“A Chapecoense está de portas abertas para oferecer qualquer documento referente a contratos com a LaMia. Ajudaremos as famílias no que for preciso. Até hoje a Chapecoense não recebeu nenhuma solicitação de documentos. Se houver, nós entregaremos”.
O advogado João Tancredo representa as famílias de outros dois jornalistas que morreram no acidente. Ele ingressará com o mesmo tipo de pedido (tutela de urgência) na Justiça do Rio de Janeiro. O UOL Esporte fez ligações durante a segunda-feira para o escritório de João Tancredo, mas não conseguiu contato.