Depois da redução de preços verificada nas principais hortaliças, no mês de outubro, os consumidores começaram a pagar mais pelos mesmos produtos em novembro, devido à menor oferta de alguns deles nas centrais de abastecimento (Ceasas), informou o técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Érico Farias.
Segundo Farias, os preços da cebola apresentaram quedas de 35% (em São Paulo) e de 55% (em Belo Horizonte) no mês passado; a batata caiu até 28%, na Ceasa de Goiânia; e o preço do tomate teve redução de 3% (em Belo Horizonte) e de 9% (em Curitiba). “Os preços em novembro estão em alta, o que mostra repique inflacionário”, disse ele.
Boletim divulgado hoje (23) pela Conab destaca a redução média de 45% nos preços da cebola. A queda, em relação aos preços cobrados no início do segundo semestre, é proveniente da recuperação da produção nacional e da chegada de nova safra de cebolas ao mercado, desde o final de setembro.
A Conab verifica, no entanto, que os preços registrados ficaram abaixo dos custos de produção, o que deverá provocar diminuição na área plantada e consequente redução de oferta do produto em futuro próximo, com nova pressão inflacionária da hortaliça.
Comportamento semelhante verifica-se com a batata, que registrou boa produção e maior oferta do produto ao mercado, no mês de outubro, com consequente baixa de preços. Mas, em virtude do atraso na colheita do produto no Sul do país, a oferta caiu. Com isso, os preços se recuperaram nas duas últimas semanas. A cenoura também está com preço em queda: o cenário deve se manter, porque a oferta do produto proveniente de Minas Gerais continua expressiva.
O tomate tem apresentado aumentos neste ano, em decorrência da variação do dólar, o que impulsiona os custos de produção. Em outubro, apenas três dos oito entrepostos analisados registraram queda de preços. Neste mês, os preços continuam em alta na maioria das ceasas. Em São Paulo, o preço aumentou de R$ 2,50 para R$ 4 na média.
As frutas pressionam os preços ao consumidor, principalmente por causa das exportações. Com o dólar valorizado, o mercado externo passa a ser mais rentável ao produtor, o que diminui a oferta dos produtos internamente. A subida é mais percebida na comercialização de laranja, maçã e mamão. Banana e melancia registraram variações de alta e de queda nos preços, conforme a região.
Agência Brasil