Assessoria
Os educadores da Escola Básica Municipal Professor Fernando Brüggemann Viegas de Amorim, professores Ana Monteiro, Luana Marques Stefanes e Mateus Schappo, apresentaram recentemente na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) um relato de experiências no Colóquio Luso-Brasileiro de Educação, com o tema “Currículos, Tecnologias e Ensino: Desafios Atuais”.
As práticas pedagógicas inovadoras foram e são desenvolvidas por toda a equipe de educadores da instituição, que integra a rede municipal de Biguaçu, com apoio e incentivo da diretora Karina Ana da Silva Feijó, resultando em uma série de iniciativas diferenciadas em busca da melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Segundo a diretora, “a aprendizagem ganha novo significado, deixando de ser vista como simples aquisição e acumulação de conhecimentos. Assim sendo, nossos alunos apropriam-se das informações de uma forma lúdica e articulada, fazendo que o próprio aluno busque o conhecimento”.
Foram apresentados os projetos “Leitor na Faixa: Muitas Histórias” e “Despertando o Interesse para as Geociências: as Tecnologias como Ferramentas na Alfabetização Científica”.
O projeto “Leitor na Faixa: Muitas Histórias” estimula as práticas de leitura. “Na nossa escola, não ensinamos apenas a codificação/decodificação dos sinais gráficos. Como alfabetizadoras, procuramos incentivar a prática de leitura/escrita e desenvolver trabalhos que contribuam com a proposta de letramento. Nossa compreensão enquanto educadores é de ampliar as experiências de nossos alunos, auxiliando-os a adquirirem as competências necessárias para a vida em comunidade. Incentivando e estimulando as práticas de leitura e escrita com significado, a escola cumpre o seu papel social. Não podemos deixar de destacar ainda, a participação dos familiares, que vem apoiando muito as nossas iniciativas”, relata a professora Ana Monteiro.
A professora Luana também explica mais sobre o projeto: “nossos alunos são estimulados a ler, através de visitas à biblioteca escolar. Cada aluno determina seu próprio ritmo. Assim sendo, as visitas à biblioteca ocorrem sempre que o aluno solicita, auxiliando, dessa forma, a construir sua própria autonomia. Cada aluno realiza suas próprias escolhas, quanto à escolha dos livros da biblioteca ou os seus pessoais. Ao retornar à sala de aula, recebe uma ficha de registro, que deve preencher após a leitura da obra. Semanalmente, os alunos são reunidos para a socialização/dramatização das obras. Esse momento é registrado através de filmagem, que são retomadas em momento posterior, onde trabalha-se a oralidade dos alunos. Ao completar cinco histórias, ele recebe a faixa branca. Ao ler mais dez histórias, o aluno recebe a faixa azul, e a cada conquista, consecutivamente, recebe as faixas verde, amarela e dourada. Essas faixas estão sendo levadas para casa e observamos que as famílias estão compartilhando, via página pessoal em redes sociais, das imagens das obras e faixas. Mesmo anteriormente ao projeto, já deixava disponível para os alunos, em sala de aula, livros. Entretanto, percebi que após o início do projeto, a procura por esse material aumentou consideravelmente. Observo que, em qualquer momento livre, eles pegam os livros e vão ler, apenas pelo prazer de ler. Essa resposta dos alunos é muito estimulante.”
Já o projeto “Despertando o Interesse para as Geociências: as Tecnologias como Ferramentas na Alfabetização Científica”, é uma ação que está sendo realizado pela comunidade escolar, “utiliza tecnologias da informação e comunicação no processo educativo, ressignificando a aquisição conceitual de conhecimentos na área de Astronomia e Astronáutica e a elaboração de materiais didáticos para a prática pedagógica”, conta o professor Mateus, que continua: “foram propostas atividades diferenciadas, como a apresentação de conceitos básicos de Astronomia, caracterizando os corpos celestes através de investigações realizadas em sítios de pesquisa do sistema global de redes ou através de apresentações de modelos planetários disponíveis na própria rede. Após essas pesquisas, grupos de alunos de toda a escola, construíram sobre a forma de maquetes as suas próprias conceituações e conclusões, que foram apresentadas a toda comunidade escolar. Em outra ação, os alunos elaboraram seus foguetes, utilizando-se novamente das informações disponíveis online, para que alcançassem a maior distância possível. ”
Participação na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
A professora Ana Monteiro é responsável, desde 2012, pela participação da unidade escolar na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, junto ao Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que é patrocinado pelo Ministério da Educação. “Nossa escola vem buscando contribuir para o entendimento das Geociências, não como conhecimento apresentado nos currículos. Estamos em elaboração de uma perspectiva mais ampla, que atenda as necessidades de nossos alunos. Optamos pela apresentação dos conceitos científicos como uma necessidade cultural, tendo em vista que queremos formar alunos capazes de compreender os fenômenos da natureza, para assim atuarem sobre eles. Nesse projeto, todas as turmas estão envolvidas de forma interdisciplinar, do 1º ao 9º ano, respeitando-se a especificidade de cada aluno. Dessa forma, só podemos agradecer a todos os educadores envolvidos nesse projeto”.
Destaca-se ainda que a escola, na edição de 2015 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, foi vencedora, recebendo uma medalha de Ouro, quatro medalhas de prata e uma medalha de bronze, em evento de destaque e reconhecimento nacional e internacional para o desenvolvimento e incentivo da ciência e tecnologia.
A secretária municipal de Educação, Márcia Rodrigues de Azevedo, destaca os diversos títulos obtidos ao longo do ano pela escola. “Isso é fruto de compromisso e dedicação com a educação. Parabéns à equipe Viegas”.