O vereador licenciado de Biguaçu Douglas Borba (PSL) vai deixar a chefia da Casa Civil de Santa Catarina. A informação sobre sua exoneração foi tornada pública agora há pouco, pelo Governo do Estado. O homem considerado o “braço direito” do governador Carlos Moisés (PSL) sai do cargo após a “Operação O²”, deflagrada pelo Gaeco na manhã de sábado (9), que cumpriu 35 mandados de busca e apreensão e sequestrou R$ 11 milhões na conta de um dos envolvidos na compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões, pagos adiantados. Ontem, Douglas prestou depoimento na Polícia Civil sobre denúncias contra ele.
As denúncias foram feitas pela ex-superintendente de Gestão Administrativa da Secretaria de Saúde Márcia Regina Geremias Pauli e também do ex-secretário Helton Zeferino, e afirmam de que fora Douglas quem escolhera a Veigamed como fornecedora de 200 aparelhos respiradores por R$ 33 milhões – o pagamento foi feito em 2 de abril e até agora a empresa não entregou a mercadoria.
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Na terça-feira (5), Márcia fez a afirmação em entrevista à NDTV. Na tarde do mesmo dia, Helton foi ao Gaeco prestar depoimento de forma espontânea e também acusou Borba de interferir e fazer “pressão” para que a Veigamed fosse contratada. Ambos ainda disseram que o então chefe da Casa Civil indicava fornecedores suspeitos e pressionava a Secretaria de Saúde para contratá-los usando o nome do governador.
Um dos contratos em que Douglas teria feito lobby era de cerca de R$ 70 milhões para a compra de EPI’s para equipes médicas usarem no combate ao novo coronavírus. Márcia desconfiou da insistência de Borba e acionou os órgãos de controle, que descobriram fragilidades na proposta apresentada e o processo de aquisição foi arquivado.
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Zeferino ainda implicou Douglas em outras duas manobras suspeitas. Afirmou o ex-secretário de Saúde que o ex-chefe da Casa Civil teve participação direta na articulação na contratação do Hospital Psiquiátrico Espírita Mahatma Gandhi para a implantação de um hospital de campanha em Itajaí, a custo de R$ 77 milhões, para funcionar por seis meses. O escritório de advocacia que assessora o Mahatma é de Biguaçu e seus sócios possuem ligação com Douglas.
A outra interferência citada por Zeferino teria acontecido numa tentativa de Douglas para a Secretaria de Saúde pagar R$ 40 milhões a uma empresa que fazia a gestão do Samu em Santa Catarina.