O ex-chefe da Casa Civil Douglas Borba (PSL) e o advogado Leandro Adriano de Barros serão transferidos para um presídio ainda nesta segunda-feira (8), segundo informou o repórter Osvaldo Sagás, da NDTV, com base em uma fonte policial no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Os dois estão detidos na carceragem do Deic, desde a manhã de sábado, quando foi deflagrada a segunda fase da Operação Oxigênio. Inicialmente fora ventilado que eles serão enviados ao complexo penitenciário da Agronômica, em Florianópolis, mas o Departamento de Sistema Prisional ainda não confirmou para qual prisão serão levados.
Douglas e Leandro possuem curso de nível superior e por esse motivo devem ficar em “salas de estado maior” (cela especial) separado dos demais presos enquanto são investigados. Se vierem a ser condenados, eles passarão às celas comuns. Os dois estão sob prisão preventiva devido ao entendimento do Ministério Público de que ambos estavam destruindo provas, apagando mensagens que comprovariam a estreita ligação entre os suspeitos. O MPSC afirma que há fortes indícios de formação de quadrilha e peculato.
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Fábio pagou comissão a Leandro logo após Veigamed receber R$ 33 milhões
Servidora detalha como Douglas fez pressão na compra de respiradores
Borba e Barros são acusados pelo MPSC de participação direta na compra de 200 respiradores pelo Governo do Estado, com pagamento adiantado de R$ 33 milhões. Segundo as investigações, fora Douglas quem apresentara o empresário Fábio Guasti à Secretaria de Saúde como representante da Veigamed – contratada como fornecedora dos aparelhos respiratórios -, bem como quem colocou Leandro para falar em nome da empresa junto aos servidores da área de compra da secretaria.
A ex-superintendente de Gestão Administrativa Márcia Regina Pauli acusa Douglas de “fazer pressão” pela compra dos aparelhos, inclusive falando que a Superintendência estaria com “muito preciosismo” na aprovação das compras governamentais que envolvem o combate à pandemia de coronavírus.
Pagamento de Comissão
A retirada do sigilo dos pedidos de prisão dos seis envolvidos na fraude da compra dos respiradores revela que o empresário Fábio Guasti recebeu R$ 2 milhões da Veigamed, horas depois de o Governo de Santa Catarina depositar os R$ 33 milhões. Provas obtidas pela força-tarefa que investiga o caso também revelam que, assim que esse dinheiro entrou em uma conta bancária de uma de suas empresas, Guasti fez uma transferência de R$ 30 mil ao advogado Leandro Adriano de Barros. Um e-mail anexado ao processo diz que tal valor fora a título de “comissão”.
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