O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a tributação dos dividendos, apresentada na proposta de reforma do Imposto do Renda, e disse que o rico deveria ter vergonha não pagar imposto. Em audiência na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, Guedes afirmou que não acha errado elevar a tributação de zero e colocar em 20%.
“Não precisa ter vergonha por ser rico, se seu dinheiro é por mérito. Mas deve ter vergonha de não pagar imposto”, frisou ele, acrescentando que é melhor pagar imposto do que dar um agasalho ou aumentar o bolsa família para mostrar que é bom cidadão.
Segundo Guedes, o governo não vai aumentar imposto e o que está sendo criado é uma nova base que vai possibilitar redução de tributos para empresas e pessoas físicas. Guedes destacou que 20 mil brasileiros receberam mais de R$ 400 milhões.
Para o ministro, a reforma apresentada pelo governo está no caminho certo, que é tributar os mais riscos com dividendos e desonerar os mais frágeis. Ele ressaltou, que, apesar das reclamações, a reforma é muito simples.
Segundo o ministro, se identificado algum “erro de dosagem” na reforma que desorganize algum setor, isso poderá ser alterado, sempre com o objetivo de manter a neutralidade arrecadatória. O ministro disse que apenas Brasil e Lituânia têm isenção de dividendos. E que essa tributação nos Estados Unidos é de 22% e na França, de 38%.
Segundo Guedes, quando defendeu a criação de um imposto sobre transações financeiras, tinha como objetivo desonerar a folha de pagamentos e, desta forma, reduzir o custo do trabalho. Isso poderia gerar mais emprego e ainda contribuir, por exemplo, para o aumento da arrecadação previdenciária.
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