O secretário de Estado de Saúde, João Paulo Kleinubing, garantiu, durante a audiência pública realizada nesta terça-feira à noite, que Santa Catarina já teria disponibilizado sua contrapartida mensal para abrir o Hospital Regional de Biguaçu, e que o funcionamento da unidade dependeria, agora, apenas de repasses mensais do Ministério da Saúde, na ordem de R$ 1,5 milhão. Porém, não existe prazo para que isso aconteça.
Com as obras prontas desde o ano passado, equipamentos instalados e equipe médica pré-selecionada, a Prefeitura de Biguaçu encontra-se de “mãos atadas”, sem ter como pôr o hospital para receber enfermos e realizar cirurgias. O custo mensal para garantir o pleno funcionamento da unidade vai girar em torno de R$ 3 milhões, divididos entre o Estado e a União. O município será o responsável apenas por receber o dinheiro e repassar para a organização social que fará a administração.
O prefeito Ramon Wolinger afirmou que o município tem responsabilidade somente com a saúde básica, cujo custo é de R$ 700 mil por mês somente com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Biguaçu. “Não temos como arcar com isso. Tudo que estava ao nosso alcance foi feito, estive em Brasília e falei dessa situação. O hospital está apto para funcionar, mas o governo federal precisa assumir a sua parte”, argumentou.
A presidente da Câmara, Salete Cardoso, chegou a sugerir que o hospital entrasse em funcionamento somente com o repasse do Estado, o que foi rechaçado pelo secretário Kleinubing.
O hospital teve as obras iniciadas em julho de 2010, com conclusão prevista para dezembro do mesmo ano. No entanto, dificuldades na aprovação junto à Vigilância Sanitária Estadual, falta de recursos para finalização das obras no entorno, definição da entidade gestora, entre outros, atrasaram a inauguração do hospital durante mais de quatro anos. Sanados esses problemas, o impasse agora é a garantia de que, uma vez aberto, o hospital conseguirá manter-se, já que o orçamento mensal para manutenção com equipamentos, medicamentos e pessoal é de no mínimo R$ 3 milhões.
Instalado no loteamento Deltaville, no bairro Beira Rio, com fácil acesso via BR-101 e SC-407, o hospital tem sete mil metros de área construída, 110 leitos, distribuídos entre clínica médica, pediátrica, cirúrgica e obstétrica; UTIs adulto e neonatal, além de centro cirúrgico, maternidade e serviço de exames de imagem. Há cerca de 30 anos não é inaugurado um hospital na Grande Florianópolis.