*Alexandre Lenz
Uma ação da Polícia Civil de Santa Catarina deu fim ao sequestro do empresário catarinense João José Gonçalves, 75 anos, resgatado no dia 25, após 15 dias em cativeiro. Dois homens foram presos.
Um deles é Paulo Roberto Silva, de 34 anos, natural de Águas Frias, morava atualmente em Tijucas, mas a polícia descobriu que ele havia sido vizinho da família da vítima em São João Batista. Já tinha passagem na polícia por estelionato e enquadramento na Lei Maria da Penha.
O outro detido é Honorato de Jesus Freitas, 33 anos, natural e morador de Guarapuava, no Paraná. Também tinha passagem por estelionato e porte ilegal de arma.
O delegado da Divisão de Antissequestro e Roubos da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Anselmo Cruz, e o diretor da Deic, delegado Adriano Bini, concederam entrevista coletiva sobre o caso, nesta segunda-feira, 28, em Florianópolis. Com a vítima resgatada, a polícia civil catarinense mantém a tradição de resolver 100% dos sequestros ocorridos no Estado.
João José foi sequestrado na tarde de 10 de dezembro, quando homens entraram na casa do empresário em São João Batista, na Grande Florianópolis, e o levaram como refém sem roubar nada. Os sequestradores começaram a fazer contato por telefone com a família do empresário após o terceiro dia de sequestro, mas em nenhum momento chegou-se a acertar o pagamento de resgate. A vítima foi localizada e liberada no dia 25 na região de Paranaguá, no Litoral do Paraná, onde também ocorreram as prisões.
João José é sogro do prefeito de São João Batisita, Daniel Netto Cândido. Daniel e o filho da vítima, Jurandir Gonçalves, também participaram da coletiva desta segunda e, em nome de toda a família, agradeceram o empenho e a eficiência dos policiais envolvidos no caso. Eles também informaram que João José passa bem e está em casa com familiares e amigos. A ação que libertou o empresário foi conduzida pelo delegado Anselmo Cruz e contou com o apoio da Polícia Civil do Paraná. Foram 15 policiais da Deic diretamente envolvidos nas investigações.
“Nossas vidas pararam durante estas duas semanas. Deixamos nossas famílias e tudo mais de lado para termos dedicação integral às investigações e assim conseguir trazer a vítima de volta a sua casa. Foi um trabalho muito complexo”, destacou o delegado Cruz, parabenizando todos os envolvidos. O delegado explicou que os sequestradores demonstraram ter planejado a ação há bastante tempo. Durante o sequestro, percorreram diferentes estados e usaram três cativeiros diferentes. Os policiais do Deic percorreram mais de 20 mil quilômetros durante as investigações.
A vítima estava sempre trancada em um quarto, com alimentação restrita e em nenhum momento teve contato visual com os sequestradores. O inquérito da investigação ainda está sendo finalizado, e a polícia continuará procurando outros possíveis envolvidos em Santa Catarina e no Paraná. Os dois detidos responderão por extorsão por sequestro, entre outros crimes. A idade avançada da vítima é um agravante para a pena.
*Alexandre Lenz é assessor na Secom