O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, disse que os membros do colegiado podem apresentar ao governo sugestões para o país “sair do imobilismo”. Os conselheiros, segundo Trabuco, devem encontrar ideias “compatíveis que resultem em ações compartilhadas”. No entanto, as ações para a recuperação da economia não podem repetir medidas anteriores, na avaliação do executivo.
Chamado de Conselhão, o colegiado atua no assessoramento da Presidência da República e é formado por ministros, empresários e representantes da sociedade civil.
“Acredito que muitas coisas boas estão aí para dar início a esta retomada. Por exemplo, a convicção de que a base constituída pelas metas de inflação, câmbio, responsabilidade fiscal, são os pilares necessários para gerar o crescimento posterior. Para a retomada do caminho futuro, é preciso acabar com a crença de que é possível de forma permanente dirigir um carro que avança na noite com os faróis voltados à ré. Precisamos avançar”, cobrou.
Ao discursar na abertura da reunião do Conselhão, o presidente do Bradesco disse que todos perdem com a crise e que o Brasil poderá ser novamente um país vencedor. “Cada um de nos é protagonista do que o Brasil é hoje, no sentido de que todos têm parcela de responsabilidade. Todos somos perdedores, pois na recessão todo mundo perde”, afirmou.
Depois de um ano e meio sem reuniões, o Conselhão foi retomado hoje. A intenção do governo é ouvir representantes da sociedade civil e do empresariado sobre medidas econômicas que pretende adotar nos próximos meses. Além do presidente do Bradesco, mais sete conselheiros e cinco ministros farão intervenções. A presidenta Dilma Rousseff vai discursar no fim da reunião.
“Provavelmente, cada um de nos tem uma pauta de como sair do imobilismo. Acredito que entre as pautas de cada um, certamente haverá pontos, detalhes, intenções que nos unem para a construção de uma pauta de convergência”, destacou Trabuco.
Ao dar posse aos conselheiros, o chefe da Casa Civil, ministro Jaques Wagner, disse que as democracias mais maduras têm conselhos desse porte.
*Colaboraram Ana Cristina Campos e Sabrina Craide