Um trio de agiotas foi condenado à prisão e ao pagamento de indenização em São José. Conforme o Ministério Público de Santa Catarina, os três cobravam juros extorsivos de suas vítimas e faziam graves ameaças, inclusive com uso de violência.
Segundo a ação da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José, os agiotas se aproveitavam da fragilidade das vítimas, a maioria em situação de vulnerabilidade social, após o período da pandemia de Covid-19.
Eles emprestavam quantias baixas e, caso as vítimas atrasassem o pagamento das prestações, cobravam juros de, no mínimo, 30% ao dia sobre a dívida, além de multa de, pelo menos, 50% sobre o saldo devedor. Além disso, faziam a cobrança com intimidações pelo WhatsApp e chegavam a ir no trabalho e na casa das vítimas durante à noite.
“Os crimes revelaram particular gravidade porque se aproveitaram das dificuldades econômicas de pessoas que sofreram com a pandemia”, destacou o Promotor de Justiça Eduardo Sens dos Santos.
Dois homens que eram encarregados do empréstimo e das negociações foram condenados a pouco mais de 12 e 10 anos de prisão, em regime inicial fechado. Já o agiota que contabilizava os débitos e estimulava as cobranças foi condenado a mais de 10 anos de prisão, também em regime inicial fechado.
Todos eles tiveram negado o direito de recorrer em liberdade, tendo em vista a gravidade da conduta, a periculosidade e o profissionalismo na forma como agiam. Eles também foram condenados ao pagamento de R$ 300 mil como indenização a seis vítimas.