No outono da vida, depois de vivenciar múltiplas experiências, projetos, trabalhos, situações, seria possível sentir ainda aquele expandir-se sereno do rio que escorrendo, sem jamais firmar-se, encontra o sol, símbolo de máxima positividade que se repousa docemente sobre o ato infinito possível daquele azul cristalino do mar? Esta era a minha questão aos 45 anos.
Quando desejamos um novo modelo de carro – o modelo do ano – não é que seja algo de totalmente novo. Quando adquirimos, de fato, é o mesmo veículo, relançado somente com algumas adaptações, melhorias, mais potência, embelezamento e isso tudo é festejado com orgulho. Brinda-se com champanhe.
A vida corre e quer criatividade, aperfeiçoamento, alegria. A cada ano urge rever o nosso planejamento estratégico – incrementá-lo. Afinal, com os anos ganhamos maturidade, expertise, liberdade e novas competências. Concluir estradas e abrir novas sem jamais fazer concessões que firam ou desmintam o íntimo do projeto que cada uma de nós é.
As fases da vida se sucedem com ordem, realização e alegria de modo natural quando fizemos escolhas úteis e funcionais. Vencida uma fase, passamos para a sucessiva, os prazeres serão diversos, certamente não menores, ao contrário, superiores.
O feminino constitui o ecossistema elementar à sociedade e se quisermos um ecossistema saudável é preciso que tenhamos mulheres autônomas, realizadas, tranquilas, felizes. A mulher superior é um estilo que nada tem a ver com a juventude, com a idade ou com o dinheiro. A sua inteligência é aceita por todos, todos a respeitam e fazem dela base de referência e de segurança.
Avante com o “modelo do ano” e renovado sucesso!
Assim somos nós, mulheres do Século XXI!
O problema é querer se agarrar para não cair, quando de fato seria preciso soltar-se para voar!
*Alice Schuch é palestrante, escritora e pesquisadora do universo feminino