Darci Debona/DC:
As seleções de Brasil e Colômbia devem fazer um amistoso beneficente para as famílias das vítimas do acidente aéreo que vitimou a delegação da Chapecoense e convidados, na última terça-feira (29). Ainda não há data e nem local previstos para esse jogo. Apesar de haver um seguro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e outro do clube, muitos familiares dependiam da renda dos atletas.
O presidente em exercício do clube, Ivan Tozzo, disse que conversou com diretores da CBF, entre eles o presidente Marco Polo Del Nero, que deram orientações para a Chapecoense se reestruturar. A Chape também criou plano de sócio-contribuinte, além de uma conta para receber doações.
Tozzo disse que o objetivo não é se aproveitar da tragédia, mas conseguir fundos para remontar o time. No acidente morreram 19 jogadores. Restaram 11 inscritos no Boletim Informativo Diário da CBF. Um deles é o goleiro Nivaldo, que deve se aposentar. O meia Hyoran está negociado com o Palmeiras. Outros sete encerram o contrato no final do ano: o goleiro Marcelo Boeck, os zagueiros Demerson e Rafael Lima, o lateral Cláudio Winck, o volante Moisés e os meias Martinuccio e Nenén. Do clube mesmo, só o atacante Lourency e Lucas Mineiro.A direção tem intenção de manter a maioria destes atletas.
A reconstrução partirá de jogadores identificados com o clube. Os esportistas também já manifestaram a sua vontade de permanecer. “Nesse momento, os que estão aqui não podem largar o clube”, afirmou o goleiro Marcelo Boeck.
Reformulação da comissão técnica
A remontagem da comissão técnica é outra prioridade. Alguns ex-treinadores do clube circularam pela Arena Condá no sábado, como Guto Ferreira, Vinícius Eutrópio e Gilmar Dal Pozzo. Na preparação física, um nome que surge nos bastidores é o de Paulo Paixão. Ele poderia dar sequência ao excelente trabalho que o filho, Anderson Paixão, vinha desempenhando no clube. Além disso, poderia dar apoio aos dois netos, Johann e Jordi, além da nora, Ulrike, que moram em Chapecó.
Tozzo já convidou o goleiro Nivaldo, que anunciou o desejo de se aposentar dos gramados, para assumir um cargo no departamento de futebol. Cadu Gaúcho, que parou de jogar em 2010 e era um dos homens fortes do futebol, trilhou o mesmo caminho. “Vou ajudar no que o clube precisar”, afirmou Nivaldo.
O nome de João Carlos Maringá, que atuou na diretoria da Chapecoense nos acessos e nas permanências na Série A em 2014 e 2015, também tem a simpatia Tozzo. Maringá era amigo pessoal de vários integrantes da diretoria. O seu nome já corre nos bastidores da Arena Condá. “O futebol tem que ser tocado por pessoas de Chapecó”, avaliou o atual presidente.