O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PR-BA), designou os relatores dos processos por suposta quebra de decoro parlamentar pelos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Wladimir Costa (SD-PA) e Laerte Bessa (PR-DF). Os quatro processos serão os primeiros na pauta do órgão depois que o colegiado aprovou o pedido de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve ser votado em plenário no dia 12 de setembro.
Bolsonaro é alvo de processo por uma homenagem ao torturador Brilhante Ustra durante a sessão da Câmara que aprovou a admissibilidade do pedido de impeachment contra a agora presidenta afastada Dilma Rousseff. Para a relatoria do caso o escolhido foi o deputado Odorico Monteiro (PROS-CE), em detrimento de dois deputados do PT, sorteados antes. A escolha de Monteiro ocorreu após o primeiro relator, Wellington Roberto (PR-PB), ter desistido do caso.
Araújo disse que os parlamentares do PT foram excluídos da relatoria porque, apesar de a representação ter sido feita pelo PV, o motivo está diretamente ligado ao PT, ao qual Dilma também é filiada.
Na ocasião, Bolsonaro dedicou seu voto a favor da abertura do impeachment à “memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra”, que comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas) de São Paulo entre 1970 e 1974, durante a ditadura militar, e é acusado do desaparecimento e morte de pelo menos 60 pessoas. Durante sua gestão, cerca de 500 pessoas também teriam sido torturadas nas instalações.
Agência Brasil